São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

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Pouca gente sabe, mas Ferreira Gullar está apresentando desde julho um programa na rede SescSenac de Televisão (STV), transmitido pela Net, entre outras operadoras a cabo. "Gerações" dura 30 min e vai ao ar todas as sextas, às 20h. Nele Gullar recebe convidados e conversa sobre temas da terceira idade.

Ferreira Gullar apresentando um programa de TV. Como está sendo a experiência?
Jamais pretendi ser apresentador, mas, como esse programa tem uma finalidade social, resolvi aceitar o convite. Na verdade, no "Gerações" sou apenas um mediador de debates sobre questões da terceira idade: a relação entre jovens e velhos, a apresentação de estudos sobre a velhice, reciclagem de profissionais, atividades artísticas, temas de medicina geriátrica etc. É mais uma conversa informal, em que eu troco opiniões com os entrevistados.
Pretende voltar a fazer roteiro para a Globo?
Não quero saber disso. Eu estava lá por causa do Dias [Gomes], com quem eu podia fazer coisas de qualidade. Quando ele morreu [em 1999", passei a sofrer pressões que não sofria antes. Aí decidi deixar. Para mim foi ótimo. Aquele mundo não é brincadeira. Criou-se o mito de que sair da Globo é um desastre. Eu estou mais relaxado do que nunca, mais livre.
Lá na STV é só um bate-papo tranquilo.
E a poesia?
Desde meu último livro ["Muitas Vozes", 1999] eu não escrevia nada. Aí, no ano passado, voltei ao Chile pela primeira vez desde a queda de Allende [1973], para um encontro internacional de poetas. Fiquei muito tocado com aquilo e, ao retornar ao Rio, escrevi um poema de umas cinco laudas sobre o Chile. Deve ser publicado no ano que vem, por uma pequena editora, com fotos dos locais onde vivi etc. Além disso, em 2002 sairá em Portugal minha "Obra Poética", em quatro volumes; o "Poema Sujo" está sendo traduzido para o sueco, e a Holanda vai lançar uma antologia. Essas coisas me deixam contente.


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