São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999 |
Texto Anterior | Índice RISCO NO DISCO Impuro bolero
LEDUSHA SPINARDI Um uivo distraído arrepia os poros de todo sótão sombrio, num tom próximo ao verde dos versos de Walt Whitman. Dúvida, riso e gozo. Deslocamento profundo. O sol também não oscila? Impuro bolero, nosso mundo. De tão nítidos, só nos avaliam súbitos: bossa que nos une e lima, contra tranças sibilinas. No ano que aterrissa, vazemos marés de drinks, como em tantos outros, sem truques. Ah, lampejos da serenidade merecida! Para quantos já acendemos os faróis nos espinhos das curvas? E as afiadas pétalas na matéria inconsútil? Aptidão para a vida gera olhares de viés. Mentes de merda! Temos auroras de sobra para pousos e repouso sem trevas, aos pés. Texto Anterior | Índice |
|