São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Tinhorão e Chico Buarque debateram o fim do gênero

DA REDAÇÃO

Um dos primeiros registros da ideia da crise da forma "canção" na cultura brasileira foi feito durante um debate entre José Miguel Wisnik e o crítico e historiador José Ramos Tinhorão, em 2001, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Em entrevista a Pedro Alexandre Sanches, na Folha, em 2004, Tinhorão defende que esse tipo de composição, associado ao individualismo na arte, "feita para você cantar e outras pessoas ouvirem se sentindo representadas na letra", havia chegado ao fim.
"A canção acabou, é inconcebível", dizia o veterano pesquisador nacionalista. "Hoje é tudo coletivo, com recursos eletroeletrônicos."
No final daquele mesmo ano, falando à Folha, o compositor e escritor Chico Buarque afirmou que a canção, tal como é conhecida, talvez seja um fenômeno do século passado no Brasil. "A minha geração, que fez aquelas canções todas, com o tempo só aprimorou a qualidade da sua música. Mas o interesse hoje por isso parece pequeno. Por melhor que seja, parece que não acrescenta grande coisa ao que já foi feito", avaliou então o compositor.
Para Chico, a marca dessa novidade está no rap, "uma negação da canção tal como a conhecemos" e, talvez, "o sinal mais evidente de que a canção já foi, já passou".


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