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Tinhorão e Chico Buarque debateram o fim do gênero
DA REDAÇÃO
Um dos primeiros registros da ideia da crise
da forma "canção" na
cultura brasileira foi feito durante um debate entre José
Miguel Wisnik e o crítico e
historiador José Ramos Tinhorão, em 2001, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Em entrevista a Pedro Alexandre Sanches, na Folha, em
2004, Tinhorão defende que
esse tipo de composição, associado ao individualismo na arte, "feita para você cantar e
outras pessoas ouvirem se
sentindo representadas na letra", havia chegado ao fim.
"A canção acabou, é inconcebível", dizia o veterano pesquisador nacionalista. "Hoje é
tudo coletivo, com recursos
eletroeletrônicos."
No final daquele mesmo
ano, falando à Folha, o compositor e escritor Chico Buarque afirmou que a canção, tal
como é conhecida, talvez seja
um fenômeno do século passado no Brasil. "A minha geração, que fez aquelas canções
todas, com o tempo só aprimorou a qualidade da sua música. Mas o interesse hoje por
isso parece pequeno. Por melhor que seja, parece que não
acrescenta grande coisa ao
que já foi feito", avaliou então
o compositor.
Para Chico, a marca dessa
novidade está no rap, "uma
negação da canção tal como a
conhecemos" e, talvez, "o sinal mais evidente de que a
canção já foi, já passou".
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