No céu de setembro, Vênus ingressa em Virgem, e a Lua cheia em Peixes é parcialmente eclipsada pela sombra da Terra.
Mais uma vez, todos os pensamentos humanos irão refletir-se na caprichosa Lua, num momento em que apenas a gloriosa luz do Sol devia fazê-lo.
Se a humanidade fosse evoluída o suficiente, este seria um momento de elevação, pois a pureza da sua alma se veria engrandecida por meio de seu reflexo lunar.
Mas a humanidade ainda se regozija com os monstros que ela cria no aparente silêncio dos seus pensamentos, e são esses os contornos que ficam enormes quando a Terra projeta sua sombra sobre a Lua.
No entanto, o exagero da imperfeição também pode ser motivo de celebração, já que, quando o erro fica exposto, torna-se mais fácil superá-lo.
Ignorância, angústia, reconhecimento e libertação, eis um ciclo que continuamente se recria e autodestrói para que a alma se livre das limitações e retorne ao infinito, que é seu verdadeiro destino.
Os humanos devem continuar pacientemente a construção nos seus corações da ponte pela qual poderão atravessar as turbulentas águas do medo.

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