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OUTRO LADO
Gorender
mantém
versão
da Redação
O historiador e militante de
esquerda Jacob Gorender afirmou à Folha que mantém sua
versão sobre a morte de Carlos
Marighella.
Gorender é autor de "Combate nas Trevas - A Esquerda
Brasileira: das Ilusões Perdidas à Luta Armada", que foi
relançado no último mês pela
Editora Ática. No livro, ele dedica todo um capítulo ("Assim Mataram Marighella") ao
caso.
Segundo sua versão, os frades Fernando e Ivo, presos e
torturados, aguentaram o
quanto puderam. Após várias
sessões de tortura, porém, eles
entregaram um encontro que
teriam com Marighella.
Não só entregaram o encontro, de acordo com Gorender,
como também o confirmaram
por telefone. Frei Fernando foi
levado à livraria Duas Cidades,
no centro de São Paulo, onde
receberia um telefonema de
Marighella ou de alguém que o
representasse, confirmando
ou não o encontro. O telefone
tocou e, do outro lado da linha, uma pessoa falou: "Aqui
é da parte do Ernesto. Esteja
hoje na gráfica". Ernesto significava Marighella.
Sob a mira de revólveres da
polícia, frei Fernando, segundo Gorender, respondeu:
"Tudo bem". Naquele dia, 4
de novembro de 69, a polícia
fez a emboscada contra Marighella e ele foi morto.
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