São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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OUTRO LADO
Gorender mantém versão

da Redação

O historiador e militante de esquerda Jacob Gorender afirmou à Folha que mantém sua versão sobre a morte de Carlos Marighella.
Gorender é autor de "Combate nas Trevas - A Esquerda Brasileira: das Ilusões Perdidas à Luta Armada", que foi relançado no último mês pela Editora Ática. No livro, ele dedica todo um capítulo ("Assim Mataram Marighella") ao caso.
Segundo sua versão, os frades Fernando e Ivo, presos e torturados, aguentaram o quanto puderam. Após várias sessões de tortura, porém, eles entregaram um encontro que teriam com Marighella.
Não só entregaram o encontro, de acordo com Gorender, como também o confirmaram por telefone. Frei Fernando foi levado à livraria Duas Cidades, no centro de São Paulo, onde receberia um telefonema de Marighella ou de alguém que o representasse, confirmando ou não o encontro. O telefone tocou e, do outro lado da linha, uma pessoa falou: "Aqui é da parte do Ernesto. Esteja hoje na gráfica". Ernesto significava Marighella.
Sob a mira de revólveres da polícia, frei Fernando, segundo Gorender, respondeu: "Tudo bem". Naquele dia, 4 de novembro de 69, a polícia fez a emboscada contra Marighella e ele foi morto.



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