São Paulo, Domingo, 09 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

quem foi Lebrun

O filósofo francês Gérard Lebrun (1930), encontrado morto em seu apartamento em Paris em 10 de dezembro, tornou-se professor da Universidade de São Paulo em 1960, em substituição ao também francês Gilles Gaston Granger. Lecionou no país até 1966. De volta à França, foi nomeado professor da Universidade da Provença (onde se aposentaria no ano passado como professor titular). Retornou ao Brasil em 1971, permanecendo dessa vez por um período mais longo.
Provocador, Lebrun romperia os laços com o Partido Comunista e renegaria o marxismo em tempos de plena efervescência do pensamento de esquerda, nos anos 60.
Leitor de Edmond Husserl no início da carreira, seus principais trabalhos, contudo, tratam de outros dois filósofos alemães. Em "Kant e o Fim da Metafísica" (Martins Fontes), Lebrun propõe uma reinterpretação da crítica kantiana à faculdade do julgamento. Já em "A Paciência do Conceito" (Gallimard), dedica-se a revisar o discurso de Hegel. Escritos quando lecionava no Brasil, "O Que É Poder" e "Pascal" (Brasiliense) unem a erudição ao didatismo. Dessa época é também "O Avesso da Dialética" (Companhia das Letras).
No final de 96 um gari desempregado, com quem a polícia do Rio de Janeiro havia encontrado fotos de pornografia infantil, apontou Lebrun como a pessoa que encomendara as imagens. Embora o filósofo negasse a acusação, sua prisão preventiva foi decretada em início de 97, e desde então ele se afastou em definitivo do Brasil.


Texto Anterior: José Arthur Giannotti: A via da imprudência
Próximo Texto: + brasil 500 d.c. - Milton Santos: O recomeço da história
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.