São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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Consenso de crítica, Roth é preterido mais uma vez

ADRIANO SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem já leu o novo romance de Philip Roth, "The Humbling", diz que a história do grande ator que chega à velhice e de repente se sente perdido e inseguro é magnífica. Reação parecida aconteceu quando "Indignação" foi publicado e, antes, com "Homem Comum". Ao que tudo indica, os críticos que acompanham o romance contemporâneo parecem discordar muito pouco em relação ao lugar decisivo do criador de Nathan Zuckerman na literatura das últimas décadas. E Roth, mais uma vez, não ganhou o Nobel.
A longa lista de autores importantes que morreram sem o prêmio (sempre tão exaustivamente repetida) cria a tentação de achar que tanto faz, que é melhor assim ou algo do gênero. Talvez seja. Nós nos acostumamos tanto a relativizar as escolhas, qualquer escolha, que terminamos por diminuir o que não precisaria ser diminuído.
Não conheço a obra de Herta Müller. Não tenho como julgar se houve ou não merecimento, mas tenho a impressão de que Roth está, desde quinta-feira, um pouco mais triste. E, de modo ingênuo e sentimental, fico com pena...

ADRIANO SCHWARTZ é professor de literatura na USP.



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