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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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+ poema

ÚLTIMO TIGRE

Armando Freitas Filho

Não é o de Blake, em chamas
nem o que entreviu Borges
através das barras, talvez até
impressas no pêlo, temperando
o ouro do ataque e do remanso
interrompido pelas tiras de sombra
indo e vindo, entre o mel e a fera.
Mas o que sobrou na Ásia ou África
- fogueira sozinha se extinguindo
em sua fúria e instinto sem a mão
que contorne a ferocidade da garra
e do olhar extremo, ou a lembrança
do seu nobre metal aceso, sol aberto
mesmo dentro da cegueira, agora
cada vez mais riscado e escurecido
pelas linhas do grafite e do carvão.


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