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Ano da Astronomia comemora observações pioneiras
DA REDAÇÃO
Em meados de 1609,
após ter sido rejeitado
como matemático oficial da corte dos Médici, em
Florença, um professor da
Universidade de Pádua chamado Galileu Galilei resolveu testar um brinquedo
novo. O gesto acabaria por
revolucionar a ciência -e
levá-lo à prisão perpétua.
O tal brinquedo era a luneta, inventada na Holanda, que era tratada como
mera curiosidade até então.
Galileu aperfeiçoou o instrumento, aumentando sua
potência. No fim de 1609,
ele apontou sua luneta
(chamada de "telescópio")
para a Lua. Estava dada a
largada a um choque com a
astronomia ptolomaica e a
cosmologia aristotélica, defendidas pela igreja.
A Lua, observou Galileu,
não era uma esfera perfeita
(como dizia Aristóteles),
mas sim cheia de montes e
vales. Em outras observações seminais, o italiano
descobriu quatro luas em
torno de Júpiter e que Vênus tinha fases, como a Lua.
Isso era um problema para o modelo de Ptolomeu,
que via a Terra no centro do
Universo. Para que Vênus
tivesse fases, seria necessário que os planetas se movessem em volta do Sol, e
não o contrário. As fases de
Vênus, no entanto, eram
compatíveis com um outro
modelo de Universo, descrito pelo polonês Nicolau
Copérnico em 1543. Galileu
passou a defender Copérnico, irritando o clero.
Em 1616, o cardeal Roberto Bellarmino, um aristotélico, ordenou a Galileu
que não mais defendesse a
teoria copernicana.
Arrogante, Galileu desafiou a proibição em 1632
com a obra "Diálogo", na
qual um dos personagens,
Simplício, é um aristotélico
caricatural e estúpido.
No ano seguinte, iniciou-se um processo contra Galileu na Inquisição e um julgamento no qual o astrônomo foi considerado "veementemente suspeito de
heresia" e condenado a abjurar suas ideias heliocêntricas. Galileu abjurou publicamente. Conta a lenda
que teria murmurado depois: "Eppur si muove" ("e,
no entanto, se move"). Foi
condenado à prisão domiciliar, onde ficou até morrer.
Galileu é considerado o
primeiro cientista moderno. A Unesco decretou
2009 o Ano Internacional
da Astronomia, para marcar o quadricentenário das
observações do italiano.
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