São Paulo, domingo, 15 de abril de 2001

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Os Estados Unidos das minorias
A crescente escolarização dos negros nos EUA resultou na ascensão de uma camada de intelectuais que narram a história do país sob essa perspectiva "étnica", defende o historiador John Hope Franklin, no "Harvard Guide to African-American History" (Guia Harvard para a História Afro-Americana, org. Evelyn B. Higginbotham, Harvard University Press).

Medo da diferença
Para Steve Olson, em artigo publicado na "The Atlantic Monthly" de abril, o temor à pecha de "racista" pode barrar a divulgação de novos dados sobre diferenças genéticas entre etnias. O ensaísta cita o silêncio a respeito dos Institutos Nacionais de Saúde, órgão federal que investigou variações no DNA por etnia nos EUA.

O bonde da história
Um dos principais escritores franceses vivos, Claude Simon, 88, traz à tona a infância na cidade de Perpignan nos anos 20, em "Le Tramway" (O Bonde, 144 págs., 80 francos, ed. Minuit). Nobel em 1985, Simon explicita, nestas memórias, uma visão sombria do tempo, valendo-se do "bonde" que, ligação da cidade a uma praia, era também a via para o autor ir à escola.

Fatos e vácuos da criação
Para Edgardo Cozarinsky, autor de "Borges em/e/sobre Cinema" (ed. Iluminuras), o lugar próprio à ficção são os vácuos ("huecos") de sentido nos fatos ("hechos") do real. No recém-lançado "El Pase del Testigo" (152 págs., U$ 13, ed. Sudamerica), o cineasta argentino fala de digressão estética, fim do comunismo etc.

A indústria da Aids
Um novo espectro ronda os EUA: o da "indústria da Aids", que vive de relações promíscuas entre órgãos públicos e lobbies assistencialistas. É esta a denúncia do ativista Wayne Turner, em artigo publicado na edição deste mês da "The Washington Monthly". Turner cita recentes investigações do Congresso e do FBI (polícia federal dos EUA), que, em vez de remédios, alimento e hospedagens para doentes pobres, constataram um escoadouro de verbas públicas para pacientes-fantasma, polpudas contas bancárias (o diretor de uma ONG de São Francisco teria salários de até US$ 200 mil anuais), "conferências" de valor prático e acadêmico nulo, entre outras distorções.


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