São Paulo, domingo, 17 de janeiro de 2010

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Vã fronteira

Em 1899, Nabuco foi encarregado de defender o Brasil em conflito territorial com o Reino Unido sobre a Guiana Inglesa

DA REDAÇÃO

Na carta a seguir, enviada ao barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores, Nabuco trata de um dos muitos conflitos territoriais nos quais o governo brasileiro esteve envolvido no início da República Velha (1899-1930).
Conhecida como a "Questão do Pirara", a disputa entre o Brasil e a Inglaterra pela posse da região do mesmo nome (uma área de 33.200 km, situada na fronteira onde estão atualmente a Guiana e o Estado de Roraima) remonta ao século 17, durante a ocupação da Guiana Inglesa pelos holandeses e depois pelos ingleses, que invadiram áreas que pertenciam ao Brasil.
Acentuou-se em 1841, quando uma expedição militar inglesa chefiada por Robert Schomburgk demarcou novos limites na fronteira da Guiana sem a anuência do governo brasileiro.
Em 1899, é encarregado da missão de defender os interesses brasileiros na disputa. O resultado, desfavorável ao Brasil, só saiu em 1904. Responsável pela decisão, o rei da Itália, Victor Emanuel 3º, deu à Inglaterra 3/5 do território do Pirara.
Na parte concedida ao Brasil está localizada a reserva indígena Raposa/Serra do Sol, cuja demarcação foi confirmada em março de 2009 pelo Supremo Tribunal Federal.
No Brasil, a partilha foi vista como uma derrota e desigual a sentença que o "rei proferiu contra nós", disse Nabuco.


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