São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997.



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JOYCE PASCOWITCH

PRONTA ENTREGA

Helcio Toth/ Folha Imagem


Gargarejo
O tenor brasileiro Mauro Wrona (foto) passou quase 20 anos para lá e para cá, soltando a voz em palcos europeus. De Wagner -pelo qual se apaixonou subitamente- aos compositores russos, lapidou cada nota e deixou na memória as lembranças do garoto que, aos 9 anos, por influência do pai, ouvia ópera com jeito de desagrado. Da Espanha aos Estados Unidos -por onde viajou durante quase dois anos-, fez estratégica parada em Bruxelas, trabalhando com nomes tipo Maurice Béjart. Ao reassumir seu endereço paulistano, há um mês, o moço mantém cautela antes de desejar confetes e, por enquanto, só marcou um concerto: em setembro, em Santo André, em cena que vai, no mínimo, integrar a série retorno triunfal.


O que faz perder o tom?
O deboche.
Já escorregou na ária?
Numa récita do "Rapto do Serralho", de Mozart, um passo em falso na escada -na hora do dito rapto- me deixou entalado na janela.
Como manter um lá sustentado no ar?
É só deixar ele lá.
Em quem daria uma cantada?
Na Montserrat Caballé.
Pavarotti ou Carreras?
Por que escolher entre o único e o melhor?
Com quem divide os aplausos?
Só com a minha turma.
Qual o resumo da ópera?
Ah! A ópera não acabou.
Quem não entra no seu coro?
Quem fica engasgado em uma nota só.
Qual o repertório dos seus sonhos?
Aquele que dá para cantar bem e interpretar com emoção.
A melhor turnê é aquela que...
A gente se sente em família.
Já resolveu problema no grito?
Prefiro a meia-voz.
Música ou prosa?
A prosa musical.
Por quem você baixa o volume? Por quem tocar no botão certo.


Asa delta
Apesar de os dois lados não comentarem sobre o assunto, já está na mesa do editor Luiz Schwarcz uma fatia -das gordas- do livro de Caetano Veloso.

O autor tem trabalhado na base do vento a favor para colocar um ponto final em suas memórias -que devem sair ainda este ano pela Companhia das Letras.


Mercosul

Vem com tempero tipo engajado a comemoração dos 30 anos da morte de Che Guevara, no final de setembro, no Brasil.

O Memorial da América Latina já começa a preparar um big evento cultural, político e musical com nomes da alta latinidad.


Pincel

Depois de experimentar o poder da folia em cima de um trio elétrico no Carnaval de Salvador, o banqueiro Ezequiel Nasser ensaia mais versões de mecenato -só que com menos batuque.

Emissários especiais do Excel-Econômico têm surgido em várias casas de espetáculos de São Paulo -no melhor estilo pesquisa de mercado.
De olho em possíveis patrocínios -daqueles bem gordos.




E-mail: joyce@uol.com.br

Jorge Araújo/ Folha Imagem
Aluna prodígio da Esmod -escola de moda-, em Paris, onde se formou nos anos 80, a estilista francesa Catherine Caluni posou de professora na Noruega e na Coréia antes de baixar no Brasil como coordenadora do curso que o Senac arma, com o mesmo sotaque francês


QUITANDA DA SEMANA

SOM "Fool If You Think It's Over", Chris Rea
LEITURA Bashô
SABOR Anis
LUGAR Aoyama, Tóquio
PRAZER Roçar
BEBIDA Chá de jasmim
VERBO Decifrar


E-MAIL

DE: Paulo von Poser, artista plástico, expert em rosas

PARA:
Quem não está conseguindo desfolhar a margarida

"Troque de flor, tome um banho de rosas brancas e peça um milagre."

MATURADA

Esqueça vocabulários dos loucos por picanhas -em todas as suas variações. A expressão, lançada justamente pela tribo dos carnívoros, agora é adotada entre rapazes para dizer que uma mulher está no ponto. Se alguém diz que a moça é "maturada", significa disposição total do interessado.

AGÁ

Depois de ter aparecido com uma bota Prada até o joelho, que esgotou todo e qualquer estoque, Carolyn Bessette-Kennedy continua dando o tom para a turma da moda. Agora o novo look da moça vem com o toque de classe de uma travessa bem larga de tartaruga. Tanto o Barneys quanto o Saks já lotaram suas prateleiras com o mais novo futuro objeto de desejo da estação.




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