São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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5. Instalações precárias

A falta de recursos do Estado e da PM também se reflete no centro de formação. A companhia não tem computadores conectados à internet, o que emperra a burocracia da corporação, atolada em milhares de fichas de papel preenchidas por alunos, as mesmas informações inúmeras vezes. A conservação do quartel é problemática. Os banheiros são sujos e malcheirosos. Em alguns falta água; em outros, a sujeira é evidente, e o cheiro, insuportável.
As quentes salas de aula não têm ar-condicionado, apenas quatro ventiladores de parede e dois de teto. "Custa comprar papel higiênico, naftalina?", questiona um instrutor, sentindo à distância o cheiro de urina do banheiro.
Nos primeiros dias, cada aluno do pelotão deu R$ 1 para produtos de limpeza para o banheiro e a sala. Três de oito chuveiros frios estavam quebrados, e cada recruta tinha seu rolo de papel higiênico.

Viaturas sem manutenção
Os PMs reconhecem que o equipamento nas ruas é precário. "Não tem manutenção. Vocês esbarrarão em praticamente todas as viaturas em péssimas condições. Depois, verão que [a situação] virou normal."
A PM recebeu, em fevereiro, 632 carros novos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, herança dos Jogos Panamericanos (em julho de 2007). Os rádios são outro problema. "Todas as viaturas têm rádio e, algumas, GPS. Muitas vezes, o rádio não funciona. Tem gente que usa e joga no painel. Cuide, você pode depender dele."


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