São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2001 |
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NELSON DE OLIVEIRA Rui Barbosa, voltando do Senado, ao entrar em casa ouviu um barulho esquisito vindo do quintal. Chegando lá, constatou que havia um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, zás!, o surpreendeu tentando pular o muro com seus amados patos. Batendo nas costas do invasor, ameaçou: "Ô, bucéfalo, não é pelo valor intrínseco dos bípedes palmíferes, e sim pelo ato vil e sorrateiro de galgares as profanas de minha residência. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas, se é para zombares de minha alta prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica no alto de tua sinagoga que isso reduzir-te-á à quinquagésima potência do que o vulgo denomina nada". O ladrão, confuso, quis saber: "Ô, moço, eu levo ou deixo os patos?". Nelson de Oliveira é escritor, autor de, entre outros, "O Filho do Crucificado" (Ateliê Editorial). Texto Anterior: Nelson Ascher Próximo Texto: + brasil 502 d.C. - Sergio Paulo Rouanet: A coroa e a estrela Índice |
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