São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

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"Nós dois somos bastante desprezíveis"

Bruxelas, 26 de janeiro de 2008

Caro Bernard-Henri Lévy,

Tudo, como se diz, nos separa -com exceção de um ponto, fundamental: somos, eu e o senhor, indivíduos bastante desprezíveis. Especialista em golpes fracassados e em farsas grotescas na mídia, o senhor desonra até as camisas brancas que usa. Íntimo dos poderosos, banhando-se desde a infância em uma riqueza obscena, o senhor é emblemático do que certas revistas de nível um pouco baixo, como "Marianne", continuam chamando de "esquerda-caviar"[...].
Filósofo sem pensamento, mas não sem relações, o senhor é também o autor do filme mais ridículo da história do cinema.
Niilista, reacionário, cínico, racista e misógino vergonhoso: seria para mim ainda uma grande honra classificar-me na pouco atraente família dos anarquistas de direita; fundamentalmente, não passo de um francês médio e comum. Autor insosso, sem estilo, só ascendi à notoriedade literária depois de uma inacreditável falta de gosto cometida, há alguns anos, por críticos desorientados. (MICHEL HOUELLEBECQ)


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