São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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Associated Press
O planeta Marte



Hobbits e vulcanos
A revista inglesa "Prospect" traz uma curiosa troca de mensagens entre o escritor James Pinkerton e o ensaísta Michael Lind sobre a possibilidade de a humanidade colonizar outros planetas. Com opiniões antagônicas, o primeiro, fã de "Jornada nas Estrelas", defende que a colonização do espaço é uma necessidade diante dos perigos a que estamos expostos, de uma catástrofe cósmica, como a que teria extinto os dinossauros, à autodestruição por guerra nuclear, química ou nanoterrorismo: "Não devemos pôr todos os ovos no mesmo cesto", diz. Para Lind, no entanto, diante da necessidade ou de uma catástrofe, o mais viável seria construir abrigos subterrâneos, como os dos "hobbits", do escritor J.R.R. Tolkien.

Um poema contínuo
Acaba de sair em Portugal o novo livro de poemas de Herberto Hélder, "Ou o Poema Contínuo" (Assírio & Alvim), reedição de sua "Poesia Toda" que contém apenas o que o autor julga fundamental. Hélder, considerado o mais importante poeta português vivo, diz que "o livro pretende (...), em tempos de redundância, estabelecer apenas as notas impreteríveis para que da pauta se erga música".

Por que a literatura?
O escritor Mario Vargas Llosa discute, em artigo na "New Republic" desta semana, como a literatura vem mais e mais se tornando uma atividade feminina e marginal. "Uma sociedade na qual a literatura se tornou um culto sectário é uma sociedade espiritualmente barbárica", afirma o autor.

Amor nas ruínas
Em seu novo romance, "The Dying Animal" (O Animal Moribundo, Houghton Mifflin Co.), o escritor Philip Roth ressuscita o professor David Kepesh, personagem que já aparecera em "The Breast" e em "The Professor of Desire". Agora com 70 anos, o narrador conta sobre o "affair" que teve com Consuela Castillo, filha de refugiados cubanos, que começou quando ela tinha 24 anos, e ele, 62. A decadência e a ansiedade por sua situação, além da relação com uma mulher muito mais nova, fazem com que o ex-don Juan se dê conta de que a realidade -a percepção de uma morte iminente- excede em muito o que a sua imaginação poderia alcançar.


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