São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

+ personagem

O que é a cidade de São Paulo? Em 17 minutos, "Um Pouco Mais, um Pouco Menos", novo filme dos diretores Marcelo Masagão e Gustavo Steinberg, procura dar conta desta "medusa" por meio de imagens aéreas de seus bairros, fotos de mãos, música minimalista e estatísticas invulgares. Parte do trabalho recém-concluído já pode ser conferida no site www.umpoucomenos.hpg.com.br

Por que a opção por filmar SP de cima de um helicóptero?
Deve haver justificativas teóricas, mas na verdade os diretores nunca tinham andado de helicóptero e estavam ansiosos pelo ponto de vista.
É preciso inventar novas estatísticas para a cidade?
Não, as que existem já bastam.
Entre "8 milhões de obsessivos" e "9 milhões de histéricas" [frases do filme", quem se salva?
No "Aurélio" encontramos a seguinte definição de neurose: "Perturbação mental que não compromete as funções essenciais da personalidade...". Depois de ler essa definição o leitor não precisa mais se preocupar em esconder sua neurose embaixo do tapete, afinal a coisa não é tão grave nem compromete a maquininha, que continua funcionando mais ou menos direitinho.
Por que no filme as pessoas não falam?
Considero a palavra oralizada pouco eficaz na comunicação audiovisual. Existem elementos de linguagem no ser humano bem mais interessantes, como a entonação e variações dos "huns", "iiiis" e outros trejeitos faciais que, apesar de também serem usados em abundância, nunca têm a mesma credibilidade da palavra. A conclusão de minha tese de doutorado é mais ou menos a seguinte: se numa conversa uma pessoa demorar mais de 10 segundos ou três frases para definir algo, desconfie... ou ela é prolixa ou está mentindo ou está carente.


Texto Anterior: + notas
Próximo Texto: + 5 livros Sobre Miles Davis
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.