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FÁBIO WANDERLEY REIS
DA REDAÇÃO
Para Fábio Wanderley
Reis, professor emérito
da UFMG, Fidel fora do
poder formal será tão atuante
na política cubana quanto tem
sido nos últimos meses: "Ele
será ouvido e estará presente".
O autor de "Tempo Presente
-Do MDB a FHC" (ed. UFMG)
diz, no entanto, que uma redefinição política "se impõe", dada a situação de isolamento
econômico e pobreza de que a
ilha padece.
(EGN)
1
Faz pouca diferença. Ele
continua presente, como
continuava desde que seu
estado se agravou. Ele será ouvido e estará presente. Pode
haver uma conseqüência simbólica, um aceno de que admite claramente que seu fim se
torna iminente. Há informações de que Raúl está fazendo
contatos -que já são uma movimentação que caracteriza
um tempo pós-Fidel.
2
Não vejo por que a renúncia dificultaria a mudança. Não a vejo como
obstáculo adicional.
3
Sem dúvida o Brasil seria
melhor entre esses dois.
A Venezuela de Chávez é
um país cheio de arestas, de
difícil relacionamento com os
EUA. Há boas razões econômicas e diplomáticas para perceber a relação com o Brasil
como mais promissora.
4
É confiável. As circunstâncias mundiais são de
tal natureza que não é o
caso de ser fiel a questões doutrinárias, filosóficas ou socialistas, mas de pragmatismo.
Cuba está isolada, em condições precárias, e há um imperativo em lidar com a situação,
que envolve a relação com o
capitalismo internacional.
Uma redefinição se impõe.
5
Em termos de George W.
Bush, o predomínio de
um conservadorismo
principista, que levou à Guerra do Iraque e àquela contra o
terrorismo, é uma política
pouco favorável a Cuba. Mas
Bush já é o famoso "pato manco" [expressão para a perda de
poder em fim de mandato], e
há boas razões para acreditar
em mudanças na administração que favoreçam a inserção
de Cuba na comunidade internacional.
6
Tem sido um pouco
menos intensa do que
seria de esperar. Há
uma certa expectativa para ver
em que isso redunda de fato,
para ver o que se faz. Houve
pouca reação, talvez pela percepção de que a renúncia não
muda tanto as coisas.
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