São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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CIÊNCIA NoVA


CONGRESSO SOBRE INTERDISCIPLINARIDADE REALIZADO EM AGOSTO NA UNIVERSIDADE STANFORD (EUA) DEU ORIGEM AO DOCUMENTO, QUE VÊ NO CONCEITO DE EMERGÊNCIA A "MÃO INVISÍVEL" QUE ARTICULA A COLABORAÇÃO ENTRE ÁREAS COMO FILOSOFIA, QUÍMICA, BIOLOGIA E TEORIA LITERÁRIA


especial para a Folha

Não existe outro conceito no mundo departamentalizado da academia que porte tamanho poder legitimador, com todas as promessas financeiras imediatas que isso acarreta, quanto a palavra "interdisciplinaridade". Mas tampouco existe outra palavra que se tenha tornado tão banal, tão desgastada e uma paródia tamanha dela mesma. Quando professores e administradores acadêmicos falam em "interdisciplinaridade", podem estar se referindo a três coisas diferentes, ainda que normalmente não haja muita consciência a respeito dessas distinções.
Eles podem estar se referindo à versão "trivial" da interdisciplinaridade, ou seja, a uma relação complementar entre diferentes especializações científicas ou acadêmicas que é necessária, às vezes, para a solução de problemas complexos. Biólogos, químicos e estatísticos precisavam trabalhar juntos para tornar possível a decifração do genoma humano. A interdisciplinaridade "de fim de semana" é o (des)interesse polido, entre estudiosos de campos diferentes, pelo trabalho uns dos outros.
Essa polidez pode compensar, ao menos por um breve período, a convicção de todos no sentido de que nada que "os outros" possam ter a dizer teria importância real para o trabalho que cada pessoa realiza. Os físicos apreciarão, de maneira vagamente condescendente, aquilo que os estudiosos do italiano terão a dizer sobre as idéias de Dante a respeito do cosmo, mas nunca por tempo mais longo do que um fim de semana.
A interdisciplinaridade "virtual", por fim, se refere aos períodos bem financiados que acadêmicos de campos diferentes e com projetos individuais bastante distintos passam juntos em instituições que se dedicam oficialmente a pesquisas interdisciplinares. Espera-se, nessa modalidade, que eles se envolvam, no mínimo casualmente, em conversações que poderiam resultar em projetos de trabalho conjuntos com potencial inovador.
Na realidade cotidiana, mais sóbria, no entanto, os pesquisadores dessas instituições tipicamente tentam evitar tais projetos, e até mesmo os eventos sociais aos quais deveriam supostamente comparecer juntos porque, muito naturalmente, estão mais interessados em proteger seu tempo de trabalho individual.
As formas dominantes de interdisciplinaridade existentes hoje produzirão, na melhor das hipóteses, conhecimentos "novos" que não surpreendem nenhum colega -e menos ainda os patrocinadores e doadores.
Muitas vezes, o conceito, assim, justifica despesas da ordem dos milhões de dólares sem que produza mais que o efeito mínimo -e, ao menos do ponto de vista intelectual, bastante raso- de uma conversação intelectual durante uma festa. Em contraste com essa realidade muitas vezes grotesca, acreditamos que um estilo diferente de interdisciplinaridade deveria ser cultivado -um estilo de colaboração intelectual que cumpra as promessas que a palavra implica. Essa outra interdisciplinaridade seria qualquer trabalho abarcando diversas disciplinas acadêmicas, cujos efeitos ninguém pudesse prever e cujos resultados potenciais, como descobriremos em retrospecto, não poderiam ter sido produzidos isoladamente.
Essa interdisciplinaridade, no entanto, não acontece sem um triplo risco: não acontecerá sem o risco de um diálogo entre disciplinas que anteriormente não tenham estabelecido um terreno comum por meio de conceitos fundamentais compartilhados; não acontecerá sem o risco de gastar dinheiro em projetos que podem ser impossíveis de executar; e isso por sua vez acarreta o risco de investir tempo em discussões que não ofereçam nenhum resultado.
Em agosto deste ano, os 20 autores deste manifesto aceitaram um convite do reitor da Universidade de Stanford (EUA) para uma reunião de cinco dias com o objetivo de se envolverem em uma experiência voltada para esse tipo de interdisciplinaridade arriscada e inovadora entre as ciências exatas -como engenharia-, as biológicas e as humanas.
Concordamos previamente quanto ao tópico, a "emergência", e sobre algumas regras básicas para dar forma aos debates: a de que todos fariam o máximo para transmitir a complexidade de suas disciplinas sobre o assunto, tentando, ao mesmo tempo, oferecer o máximo de acesso aos estudiosos de outras disciplinas; a de que todos teriam o direito de interromper as discussões tão logo estivessem certos de que elas não tinham mais potencial algum de se tornarem importantes para o trabalho de cada um; a de que, em vez de tentar promover qualquer agenda previamente definida, todos se envolveriam em um esforço continuado de auto-organização intelectual, como grupo; e a de que o único objetivo em que o grupo teria de concordar desde o início seria produzir, no final do encontro, um resultado concreto e capaz de ser documentado (se necessário, até mesmo uma declaração de que o novo estilo de interdisciplinaridade que o encontro procurava era impossível).
Desde os primeiros momentos de nossas discussões, ficamos impressionados por ver até que ponto era possível atingir uma compreensão mútua; ficamos surpresos com a dimensão do acordo que existia sobre questões substanciais; e nos sentimos inspirados, acima de tudo, pela seriedade do interesse que começamos a desenvolver pelas posições uns dos outros. De forma mais ou menos espontânea, o grupo se concentrou em questões de epistemologia, ou seja, questões quanto às condições relacionadas à produção do conhecimento.


Como qualquer outro objeto emergente, o universo só surge da existência virtual para a realidade depois de ser observado; isso não significa, porém, que um observador crie o universo para si


Dentro desse campo, nossos acordos mais importantes e, cremos, mais inovadores se cristalizaram em torno de dois motivos específicos. Primeiro, em torno do papel do observador externo -ao qual foi concedido menos poder e independência do que sob, por exemplo, as epistemologias "construtivistas" contemporâneas. Segundo, houve uma convergência visível quanto a uma revisão do conceito do agente humano -porque nos descobrimos mais céticos do que a maioria das disciplinas acadêmicas contemporâneas com respeito aos poderes e ao alcance desse agente, ou seja, sobre os projetos baseados em conhecimento de transformar o mundo ou segmentos dele.

Co-emergência
Para a crítica de uma epistemologia que confere ao observador externo a autoridade de "impor" sua própria visão do mundo dos objetos, para o nosso movimento intelectual, por assim dizer, longe do observador, foi sintomático que nos tenhamos concentrado, desde o começo, em uma possível transição entre o conceito de "emergência" e o conceito que representa a posição oposta à do observador, ou seja o conceito grego antigo de "fenômeno" (de "phaineim", que significa "aparecer, mostrar"). Que processos, perguntamos, estão em ação quando sentimos que um fenômeno se nos demonstra? Pode-se de fato dizer que um fenômeno é por definição algo emergente, no sentido de que adquire aparência e emerge como presença material e espacial? E será que isso implicaria que o processo de produção do conhecimento, ao contrário de nossa posição atual predominante, começa na ponta do objeto e se desenrola a seguir como processo de emergência, e não de produção? Alguns de nós queríamos chegar ao ponto de dizer, talvez, que os fenômenos pelos quais nos deixamos fascinar sempre nos elegeram, em lugar de nós os termos construído. Mas havia um consenso muito mais amplo quanto à premissa de que os fenômenos têm tanto impacto sobre seus observadores quanto a observação, por estes, inevitavelmente altera o fenômeno. Isso significa, no entanto, que qualquer produção de conhecimento ocorre como uma co-emergência do fenômeno em questão e de seu observador. Tal concepção da produção do conhecimento como emergência desenvolve um nível de complexidade ainda maior tão logo passemos a levar em conta a percepção (enfatizada por Heidegger e outros filósofos) de que os observadores são sempre um produto e uma parte de modos finitos e existencialmente extáticos do ser. Esses modos do ser indicam os horizontes dentro dos quais os fenômenos podem aparecer e aparecerão para nós. Mas deve ser igualmente verdade, no espírito da produção do conhecimento como uma co-emergência, que certos fenômenos "elegem" e definem seus horizontes. Não existe relação possível de prioridade entre os horizontes e os fenômenos que aparecem dentro deles. A "teoria inflacionária", a mais recente das teorias sobre o surgimento do universo, que sugere que essa emergência ocorreu como uma sequência de Big Bangs, era o exemplo central por meio do qual tentávamos compreender as implicações e consequências de uma epistemologia baseada na co-emergência de fenômeno e observador. Como qualquer outro objeto emergente, o universo só surge da existência virtual para a realidade depois de ser observado. Isso não significa, porém, que um observador cria o universo para si. Quer dizer apenas que as propriedades de um observador precisam ser consistentes com as propriedades dos objetos observados. Nesse sentido, o universo traz impressa em si a imagem de um observador. Assim que uma observação é realizada, portanto, o observador pode reconstituir uma história consistente do objeto em questão, como se tivesse uma existência própria anterior à observação. Mas todos os fenômenos emergentes, da mesma forma como qualquer dada parte do universo, são apenas temporários. Ainda que eles mesmos não desapareçam, estão condenados a ser dissolvidos em um espaço vazio em eterna expansão ou a desaparecer durante um colapso do universo. E no entanto o universo como um todo talvez seja imortal, e a vida pode emergir nele vezes e vezes sem conta, em todas as suas possíveis formas.

A questão do divino
Repetida e talvez já nem tão surpreendentemente, a concepção da co-emergência epistemológica nos encorajou a revisitar diversos conceitos, de diferentes tradições teológicas. Esse era o caso não só em relação à idéia de "eternidade", tão logo tentamos pensar além dos diferentes estados e formas do universo. De maneira semelhante, a questão de determinar se era possível superar a parcialidade de todo o conhecimento produziu a idéia de uma co-emergência que conduziria à co-extensividade do fenômeno e do observador -a qual, em muitas religiões, é exatamente uma maneira de definir Deus. Pois, se um dia nos fosse possível conhecer um fenômeno em toda a sua extensão, até o seu máximo limite, então teríamos sobrepujado nossa condição de situação, perfurado nossa finitude. Assim que as idéias do divino entraram em nossa revisão do papel do observador epistemológico, outra questão -outra maneira de substituir o tradicional conceito do observador- tinha de surgir necessariamente. Trata-se da questão quanto à possível existência de observadores não humanos para os quais os fenômenos emergem, observadores que não participam da linguagem ou não têm sentimentos e consciência ou ao menos aos quais não possamos facilmente atribuir essas qualidades. Os dois casos discutidos são animais desprovidos de linguagem e máquinas que manipulam uma linguagem. No caso dos computadores podemos distinguir, além disso, diferentes abordagens de construção. Para as primeiras tentativas de desenvolver inteligência artificial, a meta era representar explicitamente os métodos e conhecimento que constituem o pensamento humano. Pode-se alegar que o programa tinha a capacidade, em um sentido muito direto, de fazer apenas aquilo que os programadores haviam antecipado e incluído nele. Mas em breve outro método de pesquisa se desenvolveu, inspirado pelo conceito de emergência. O construtor e o programador criaram um substrato básico de mecanismo capaz de comportamento adaptativo -um comportamento que altera seu curso como consequência do comportamento anterior. Torna-se aparente que os sistemas biológicos são adaptativos, tanto em caráter individual (pelo aprendizado) quanto no plano das espécies (via evolução). Se nossa inteligência -e, além disso, nossos sentimentos e consciência- emergiu por adaptação incremental, por que o mesmo não seria possível no caso de uma máquina?

Ilhas de estabilidade
Hoje estamos -na melhor das hipóteses- muito distantes da capacidade prática de construir aparelhos, ainda que seja com uma fração das qualidades humanas de pensamento e aprendizado, e é provável que demore muito antes que discussões dessa espécie possam se transformar em algo mais do que filosofia de poltrona. Mas a maioria de nós não acreditava que houvesse um motivo sistemático para excluir a possibilidade de emergência de observadores não humanos sofisticados.
Se nossas propostas para uma revisão do papel do observador epistemológico tomavam como ponto de partida a justaposição entre o conceito de emergência e o conceito do fenômeno, foi igualmente revelador que a discussão sobre os limites do agente humano tenha começado com uma tentativa de esclarecer a relação entre a causalidade e a emergência. Pois ao longo dos três últimos séculos, na ciência e pensamento ocidentais, múltiplas observações de causalidade encorajam o surgimento de uma esperança quanto ao previsível, e a previsibilidade vem sendo a base para as expectativas de que o pensamento e a ciência sejam capazes de projetar imagens confiáveis do futuro sobre as quais basearmos nossas ações.
Mas, embora os cientistas e os humanistas do nosso grupo tenham concordado quanto ao fato de que causalidade e emergência não são opostos, acreditamos também que a imprevisibilidade, em lugar da causalidade, é o marco da emergência.


Permitir que o potencial de pensamento inovador surja em um esforço colaborativo de estudiosos de diferentes disciplinas requer a liberdade, a coragem e o risco de trabalhar sem objetivos predeterminados


Os fenômenos surgem, emergem, formando ilhas de estabilidade em um oceano em fluxo. Por sua emergência, um fenômeno se torna suficientemente estável para servir como base para ação, para ser alterado, usado ou para participar de novos processos emergentes e se estabilizar em um nível mais alto de organização. Esse princípio se confirma tanto para os fenômenos naturais quanto para os culturais. E, no entanto, essa emergência de ilhas de ordem não é necessariamente sinônimo de causalidade e, portanto, previsibilidade. Se a causalidade gera a previsibilidade sob a condição de que ela possa ser expressa por meio de uma equação matemática, então é preciso que reconheçamos dois limites da previsibilidade. O primeiro limite é a escala, e, o segundo, a complexidade. Se o sistema que tentamos observar é pequeno demais, seus movimentos não podem ser expressos por uma equação, e ele deixa portanto de ser um sistema. Os átomos individuais, por exemplo, têm comportamento aleatório.

Natureza e cultura
Se, por outro lado, um determinado número de padrões de causalidade se entretece em interação altamente complexa, essa complexidade, igualmente, escapará à possibilidade de ser lançada em uma equação, e assim de se tornar previsível. Seria absurdo começar pelas equações da mecânica quântica e tentar prever a vida, da mesma forma que o era a alegação marxista de que, se começarmos observando as regularidades do comportamento humano, podemos alegar que, no final, será possível prever a História. O conceito de emergência parece sugerir que, na emergência de fenômenos, devemos fazer uma distinção entre as camadas de previsibilidade e as camadas que são ou pequenas demais ou complexas demais para permitir previsões. Isso significaria que a emergência convida e facilita o controle parcial sem jamais se sujeitar ao controle completo. Da perspectiva da ética, deveríamos então extrair a consequência de que, embora não seja completamente fútil tentar dar forma a segmentos futuros por meio da ação humana, essa ação deveria sempre implicar prontidão em permitir que cada um de nós se deixe determinar pelo processo específico da emergência. Para a relação entre a natureza e a cultura, esse argumento implica que devemos considerar a sociedade como extensão do mundo natural e das regularidades que governam os pedaços de matéria sem cérebro dos quais ele é feito, ainda que sociedades sejam complexas demais para permitir qualquer forma de previsibilidade. De fato, as tentativas de controle total se provaram contraproducentes no caso de fenômenos complexos como as sociedades, como se pode aprender com os debates entre as escolas "racionalista" e "irracionalista" da jurisprudência. A "ciência jurídica racionalista" sonha que a adjudicação de disputas judiciais proceda de acordo com princípios gerais racionalmente determinados. Os "críticos irracionalistas" dessa teoria questionam, porém, tanto a possibilidade quanto a desejabilidade dessa meta. Eles acreditam que a única coerência que o sistema judicial oferece (e deveria oferecer) é produzida pelas confusas relações de analogia: as decisões legais só são previsíveis no sentido de que se relacionam analogicamente com decisões anteriores. A lei, portanto, seria outro paradigma que ilustra o conceito de emergência em múltiplas camadas que estamos propondo.

Combinação flexível
Uma dependência excessiva do agente humano, no sentido de um número excessivo de tentativas de estimular processos de emergência rumo a determinados objetivos, termina por se provar contraproducente, regularmente, porque existe uma grande possibilidade de que surjam novos e imprevistos movimentos de emergência sob o manto geral da emergência -o que pode até mesmo causar o colapso de um fenômeno emergente. Por outro lado, há um grande número de histórias de sucesso, da ciência contemporânea, que provam que uma combinação flexível entre o agente humano em papel limitado e a disposição em se deixar determinar é uma receita para o sucesso. Novos modos de reprodução, por exemplo, sob os quais mulheres jovens e férteis podem ter óvulos extraídos para preservação e fertilização anos mais tarde, adiando assim a concepção, estão por enquanto em estado inicial de emergência. As condições de emergência para a reprodução assistida em casais férteis incluem um determinado progresso nas capacidades técnicas, mas o mais importante é que o processo dessa emergência tenha sido determinado, nos países mais prósperos, por um contexto social, relacionado à redução do tamanho das famílias e à participação cada vez maior das mulheres na força de trabalho mais sofisticada, o que as leva a adiar a gestação até a perigosa idade de 38 anos ou mais. No entanto era imprevisível que um procedimento originalmente desenvolvido como tratamento para infertilidade masculina se transformasse no mecanismo padrão usado por casais férteis para facilitar a reprodução. A condição científica para esse tratamento da infertilidade masculina foi um acontecimento na genética -a saber, a capacidade de analisar geneticamente os estágios iniciais de um embrião, antes de sua transferência para um útero. Ainda que a tecnologia tenha sido criada originalmente para tratar da infertilidade masculina, ela já transformou, e essa transformação continuará, as possibilidades reprodutivas das mulheres férteis -e pode gerar resultados sociais e culturais que não podemos prever com base nas informações que temos hoje. E essas consequências não são só imprevistas como imprevisíveis. Nossa revisão do conceito do agente humano nos leva à convicção de que não se deveria nunca tentar prevê-las e menos ainda controlá-las completamente. O novo conceito consistiria em manter os processos de emergência vivos interceptando e usando as oportunidades imprevistas que oferecem, e que estejamos prontos, ao mesmo tempo, para nos deixarmos determinar por eles.

Risco
Quando, no final de nossas discussões, tentamos descrever e compreender parcialmente o curso tomado por nossa investigação, descobrimos que um novo conceito de emergência era não só o tópico e resultado de nosso trabalho, mas ao mesmo tempo o princípio que governara a experiência de interdisciplinaridade -tão suave e eficientemente quanto a famosa metáfora da "mão invisível", que tanto fascinava os teóricos da economia clássica.
Permitir que o potencial de pensamento substantivamente inovador surja em um esforço colaborativo de estudiosos de diferentes disciplinas requer -descobrimos- a liberdade, a coragem e o risco de trabalhar sem objetivos predeterminados e sem conhecer o desfecho possível da colaboração. Mas não devemos, tampouco, conceder ao princípio da emergência o estatuto de uma receita que deveria dar forma e controlar o estilo futuro de trabalho interdisciplinar.

Este manifesto é assinado pelos seguintes pesquisadores: Allegra McLeod, Andreas Kabliz, Andrei Linde, Andrew Milne, Bernadette Weyler, Carl Djerassi, Catherine Pickstock, Denise Schmandt-Besserat, Hans Ulrich Gumbrecht, John Bravman, Martin Seel, Matthew Tiews, Richard Ford, Robert Laughlin, Robert Harrison, Stephen Lew, Sandra Mitchell, Terry Winograd, Violeta Sánchez y Lorbach e Wlad Godzich.
Tradução de Paulo Migliacci.



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