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Técnicas solucionam problemas
da Equipe de Articulistas
As mais modernas técnicas de
reprodução humana laboratorialmente assistida, desenvolvidas
para o tratamento da infertilidade, já avançaram muito desde o
advento da inseminação artificial
(IA) e da fertilização "in vitro".
A técnica clássica de inseminação artificial (IA) consiste em colher o espermatozóide do sêmen
ejaculado (de um homem com
problemas de infertilidade por
baixa produção de espermatozóides, por exemplo), para introduzi-lo dentro do útero da mulher.
A fertilização "in vitro" (Fiv)
convencional, criada em 1978, revolucionou a tecnologia da reprodução humana. Naquela ocasião,
os médicos Patrick Steptoe e Robert G. Edwards misturaram óvulos de uma mulher e espermatozóides de seu marido numa proveta de laboratório, conseguiram
a fertilização depois de dois ou
três dias e implantaram os embriões no útero da mulher. Dessa
pioneira fertilização "in vitro"
nascia Louise Brown, primeiro
bebê de proveta do mundo.
Em 1992 surgiu a ainda mais revolucionária Icsi (injeção intracitoplasmática de espermatozóides). A Icsi é a técnica em que se
injeta o espermatozóide diretamente dentro do óvulo. A vantagem dela, segundo explicou à Folha Armindo Dias Teixeira, especialista em reprodução humana e
médico da Santa Casa de São Paulo, é que, enquanto na Fiv convencional precisava-se, para fertilizar
o óvulo, de em média 2 milhões
de espermatozóides, depois de o
sêmen ter sido processado em laboratório, com a Icsi basta um espermatozóide para cada óvulo, ou
seja, uma meia dúzia de espermatozóides já é suficiente.
Segundo o médico Jonathas
Borges, do Hospital Albert Einstein, a Icsi abriu um leque enorme
de possibilidades de experimentos em biologia molecular. "Um
processo ainda experimental é,
por exemplo, retirar do testículo
de um homem a célula mais primitiva do desenvolvimento do espermatozóide, a espermatogônia,
e inoculá-la no testículo de um
outro homem, fértil, ou até interespécie, num rato, por exemplo,
para que essa célula amadureça
dentro desse testículo fértil. Essa
célula não é atacada imunologicamente. Ela passa a desenvolver no
testículo do rato ou do homem
fértil os espermatozóides daquele
primeiro homem, que não conseguia amadurecê-los em seu próprio testículo. Depois é só colher
esse espermatozóide e levá-lo a
fertilizar o óvulo da mulher do
doador não fértil."
Pesquisas semelhantes também
estão sendo desenvolvidas com
óvulos de mulheres menopausadas, que já perderam a capacidade
de fertilização. Um dos estudos
investiga a possibilidade de se
transferir parte do citoplasma do
óvulo de uma mulher jovem para
o citoplasma de um óvulo da mulher de idade avançada, para ver
se seus óvulos ganhariam maior
potencial de gestação.
(MF)
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