São Paulo, domingo, 26 de abril de 1998

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Ensaios questionam a política e a justiça


Saem obras de Noam Chomsky, Agnes Heller e Hannah Arendt; coleção traz pensamento da esquerda na era neoliberal


da Redação

As discussões políticas prometem ocupar o centro dos debates da Bienal na área de ensaios.
Do pensador de esquerda e linguista Noam Chomsky estão saindo dois volumes polêmicos. Em "O Que o Tio Sam Realmente Quer" (Ed. da Universidade de Brasília, 152 págs., R$ 15,00) e "A Guerra das Classes - Entrevistas com David Barsamian" (Ed. Artmed, 176 págs., R$ 21,00), ele debate questões como o imperialismo americano e a concentração de renda nas sociedades atuais.
A filósofa húngara Agnes Heller comparece com dois títulos. Em "Além da Justiça" (Ed. Civilização Brasileira, 464 págs., R$ 39,50), reflete sobre o compromisso político na atualidade. Em "A Condição Política Pós-Moderna" (Ed. Civilização Brasileira, 240 págs., R$ 28,00) -em parceria com Ferenc Fehér- , aborda temas como o declínio da Europa como centro político.
Em "O Que é Política" (Ed. Bertrand Brasil, 240 págs., R$ 25,00), a filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975) discute conceitos básicos das ciências políticas.
A principal coleção de pensamento de esquerda no Brasil, "Zero à Esquerda", publica seis novos títulos. A coleção é editada pela Vozes e dirigida pelos professores Paulo Eduardo Arantes e Iná Camargo Costa.
"Geopolítica do Caos" (155 págs., R$ 14,00) , de Ignacio Ramonet, um dos novos volumes, faz uma análise dos efeitos da globalização da economia, cuja principal característica seria a exclusão de continentes inteiros da esfera do consumo e do poder.
"As Metamorfoses da Questão Social" (611 págs., R$ 40,00), de Robert Castel, traça um amplo painel histórico das relações de trabalho no mundo moderno, desde as sociedades feudais.
"Globalização em Questão" (364 págs., R$ 26,00), dos professores ingleses Paul Hirst e Grahame Thompson, procura desmistificar a "globalização", abordando-a como um discurso ideológico dos interesses econômicos que atuam em escala internacional. O objetivo do livro é mostrar que a globalização não é um fenômeno natural e irreversível, mas uma ordem político-econômica passível de ser contestada e transformada.
"Os Direitos do Antivalor" (231 págs., R$ 16,00), do professor Francisco de Oliveira, aborda o processo crescente de despolitização da sociedade e da privatização do espaço público. Além disso, faz uma crítica à política econômica do governo Fernando Henrique.
A coleção também lança dois livros de Fernando Haddad: "Em Defesa do Socialismo" (67 págs. R$ 6,50) e "Desorganizando o Consenso - Nove Entrevistas com Intelectuais à Esquerda" (167 págs., R$ 14,00).
No primeiro, o autor relembra os 150 anos do Manifesto Comunista e propõe um diagnóstico do capitalismo atual. No segundo, dialoga com figuras como Roberto Schwarz e Paul Singer sobre as alternativas à onda neoliberal.



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