São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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A ALMA ATORMENTADA DE MALRAUX

por Paulo Emílio Salles Gomes


O escritor francês André Malraux, autor do romance "A Esperança"


Se o mundo moderno tivesse conhecido apenas uma barricada -a que separa o fascismo do resto-, encontraríamos sempre Malraux ao lado dos que lutaram contra Hitler e seus companheiros menores: Mussolini, Franco, Salazar, até Degrelle e mesmo Plinio Salgado, para não esquecer a contribuição brasileira, na época um pouco cômica, ao panorama sinistro. Se a linha de separação fosse traçada entre esquerdistas e conservadores, Malraux seria situado ora de um lado, ora de outro. Seus dez anos de atividade no quadro da esquerda são antecedidos por vínculos ocasionais no outro bordo e os 15 anos de fidelidade gaullista não impediriam renovadas posições esporádicas com tonalidade esquerdizante. Porém o mundo e Malraux não são assim tão simples. Esquerdismo e conservadorismo são ambos variados no espaço e variáveis no tempo e o delineamento do percurso de um homem nesse emaranhado se torna ainda mais complicado quando se trata de Malraux, cujo comportamento é impregnado por uma carga de imaginação que ao mesmo tempo define a essência desse comportamento e apaga os contornos que teve na realidade.
Uma das personagens semi-imaginárias de Malraux, o barão de Clappique, pretendia quebrar a antinomia entre o verdadeiro e o falso por meio da noção de coisa vivida que engloba tudo: intenção, projeto, ação, veleidade, compensação e memória. André Malraux é muito isso e sugere às vezes aqueles mentirosos provisórios que têm algo de profetas e cujas mentiras os acontecimentos posteriores se encarregam de transformar em verdades. "O mundo", observou ele em certa ocasião, "está ficando muito parecido com meus romances", cabendo notar que sua vida e legenda constituem uma ficção romanesca que alimenta há décadas as indagações e cuja consistência artística está sendo renovada pela publicação das "Antimemórias" atualmente em curso. André Malraux vê a própria vida como obra inseparável de sua literatura, uma biografia metamorfoseada em romance.
A operação de Jean Lacouture teve um sentido inverso, pois o seu propósito foi o de destacar a biografia da legenda, e sua formação o habilitou para a delicada tarefa. Grande jornalista, professor especializado em política -terreno favorável ao florescimento das ficções- e biógrafo de algumas figuras-chave do tempo, como Ho Chi Minh, Nasser e mesmo De Gaulle, Lacouture foi obrigado a aguçar muito o seu instrumental crítico a fim de enxergar claro no meio de incertezas ou falsas certezas para cuja veiculação eventualmente contribuíra como repórter dos mais prestigiosos jornais franceses. Escrever sobre homens cuja ação e pensamento foram essencialmente políticos é entretanto mais fácil do que abordar alguém cuja vida ideológica e militante foi completada com doses equivalentes e concomitantes de aventura e arte. A adequação suplementar de Lacouture ao trabalho em que se empenhou decorre de ele próprio ter-se lançado na mocidade pelos caminhos do mundo, seguindo às vezes as trilhas percorridas pelo jovem Malraux, e de ter um gosto muito vivo pela literatura e pelas artes. Esse arsenal de habilitações não impediu que o deslindamento do perfil propriamente biográfico de Malraux tenha sido extremamente laborioso e que muitas linhas tenham permanecido na sombra.
Aparentemente, Malraux escreveu e disse muito a respeito de si próprio, mas na realidade revelou muito pouco a respeito de sua vida pessoal: "Que me importa aquilo que só a mim importa?". Ele participa do desdém de uma de suas personagens por um enfoque mais íntimo da vida humana, "um miserável montículo de segredos". Sua primeira mulher, a escritora Clara Malraux, escreveu dois volumes de memórias em que relata a vida e as aventuras em comum. Muitos capítulos ajudaram Jean Lacouture a situar e definir alguns fatos controvertidos da juventude de Malraux, mas Clara em suma não avançou muito no conhecimento do marido.
Os primeiros anos são uma incógnita, apesar de evidentemente se encontrar neles a raiz da aversão afetiva pela mãe e a simpatia distante pelo pai que se revela em alguns traços do comportamento adulto. Nas "Antimemórias", o escritor se limita a abordar e encerrar o assunto: "Quase todos os escritores que conheço amam a sua infância, eu detesto a minha". Durante boa parte de sua vida e obra Malraux evocou a tragédia e ela se estendeu ao seu círculo familiar com pontual crueldade.
A lista se inicia com o suicídio do pai, mas é em seguida que se torna realmente terrível. A segunda mulher -uma jovem- estraçalhada sob as rodas de um trem. Os dois filhos mortos num desastre de automóvel aos 18 e 21 anos de idade. Os dois irmãos sacrificados na Resistência, o que lhe era mais próximo, em circunstâncias de um absurdo atroz. Ele se encontrava entre os milhares de prisioneiros que, alguns dias antes de acabar a guerra, Himmler juntara a bordo do navio Cap Arcona -com a intenção de negociar a própria sobrevivência- e que foram aniquilados pelo bombardeio aliado.
Sobre tudo isso Malraux cala. Essa reserva, esse pudor em falar daquilo que lhe toca pessoalmente se tornou proverbial entre seus íntimos, se é que cabe aqui a expressão. Uma de suas amigas mais chegadas comentou certa vez: perguntar a Malraux como ele vai é chegar ao limite da indiscrição. Os obstáculos que Jean Lacouture encontrou para abordar os dados mais íntimos da personalidade de André Malraux foram muito grandes e essas passagens não são as melhores do livro.


O MAIS IMPORTANTE CRÍTICO DE CINEMA BRASILEIRO COMENTA BIOGRAFIA DO AUTOR FRANCÊS PUBLICADA NO INÍCIO DOS ANOS 70


O tipo de dificuldade que o biógrafo encontrou para o tratamento da vida pública -política e artística- de Malraux foi de outra natureza e decorreu da abundância de informações frequentemente contraditórias. Lacouture se orientou com maestria nesse labirinto cheio de despistamentos e soube, quando necessário, ir detectar a verdade na ficção ou reconhecer a fantasia em textos que se apresentam como registro de fatos. O adolescente Malraux -de uma adolescência contemporânea da Revolução de Outubro e do fim da Primeira Guerra Mundial- que surge no livro de seu biógrafo é uma figura insólita e consistente. Alimentado e estimulado por exposições, museus, teatro, filmes e sobretudo por uma quantidade incrível de leituras disparatadas, o jovem Malraux renuncia aos estudos regulares antes de acabar o secundário e mergulha no que a vida intelectual parisiense tem de mais vivo no imediato pós-guerra. Ele dirá mais tarde, para Julien Green: "Entre 18 e 20 anos, a vida é como um mercado onde se compram valores, não com dinheiro, mas com atos. A maior parte das pessoas não compra nada".

Voracidade
Lacouture sublinha que Malraux lançou-se a esse mercado com voracidade. Todo seu comportamento comercial, em matéria de livros raros ou de edições mais ou menos clandestinas, como "O Bordel de Veneza", de Sade, possui uma energia e agudeza de ato e o mesmo sucede com seus primeiros escritos nas revistas de vanguarda que pululam: uma imperturbável desenvoltura na manipulação de idéias e documentos. A margem de irresponsabilidade com que opera é sempre compensada pela imaginação organizadora e pelo estilo que aponta.
Há um lado amadorístico e arrivista em suas incursões na literatura e nas artes plásticas, mas ele logo se instala sem nenhuma timidez nos novos domínios. Aos 20 anos descobre a semente da estética que desenvolve até os nossos dias: "Não podemos sentir senão por meio da comparação. Qualquer pessoa que conheça "Andrômaca" ou "Fedra" sentirá melhor o que é o gênio francês com a leitura de "Sonho de uma Noite de Verão" do que lendo todas as outras tragédias de Racine. O gênio grego será mais bem compreendido pela oposição de uma estátua grega a uma estátua egípcia ou asiática do que pelo conhecimento de cem estátuas gregas". O casamento com Clara e alguns negócios felizes permitem uma primeira viagem. Em 1922 o casal descobre em Berlim "O Gabinete do Dr. Caligari" [filme de 1919 de Robert Wiene", Spengler e Freud. Acabado o dinheiro, se delineia a primeira aventura digna desse nome: pilhar templos mais ou menos abandonados do Camboja e vender fragmentos de estatuária nos Estados Unidos. Começa dessa maneira o ciclo asiático da vida-obra malrausiana que o marcará para sempre. O amadorismo fantasioso não rendeu na delinquência, Malraux foi por sua vez pilhado, julgado e condenado. É duvidoso que a motivação mais profunda de aventura fosse o ganho -e seu modelo na época era D'Annunzio- e de qualquer forma o que saiu dela foi uma causa, a luta contra o colonialismo francês medíocre e odioso, à qual se dedicou por meio de um jornal que fundou em Saigon com um amigo e da veleidade em criar um movimento político. Aos 24 anos, deixa a Indochina, mas o ciclo asiático continua, agora em nível literário: "A Tentação do Ocidente", "Os Conquistadores", "A Estrada Real" e finalmente "A Condição Humana". Nessa altura está tecida a lenda que Malraux contribuiu para tecer e que permanece até hoje: ele teria sido testemunha militante das trágicas insurreições de Guangdong e Xangai na década de 20. Informações de segunda mão, coloridas pela experiência indochinesa, o todo metamorfoseado e aprofundado pela arte e pela paixão e atravessado por fulgurantes revelações, fizeram do escritor um especialista na Revolução Chinesa, discutido por Trótski e ouvido com respeito pelos presidentes Kennedy e Nixon. Apenas os chineses o contemplam com irônica simpatia. Basta entretanto esperar alguns anos e a "mentira" chinesa será verdade, sem aspas, na Espanha.

Veleidades e fantasias
Antes da hora da verdade houve tempo para veleidades e fantasias, eventualmente com risco. Se o projeto de expedição com alguns amigos da "Nouvelle Revue Française" para arrancar Trótski de seu banimento em Alma-Ata foi dissipado pela autoridade paternal do patrão Gallimard, o "raid" jornalístico em que Malraux pretendeu ter descoberto a capital do reino de Sabá foi executado num aeroplano dos mais precários. Nessa altura, D'Annunzio já fora substituído pelo coronel Lawrence e por Trótski, dos quais Malraux nunca se esquecerá. Hitler porém chegará ao poder e a luta do escritor contra o nazismo -"O Tempo do Desprezo"- se desenvolverá num quadro controlado pela Terceira Internacional. A paixão pela Espanha, entretanto, nasceu através da revelação dos valores do anarco-sindicalismo alguns meses antes da rebelião franquista. Começada a Guerra Civil, Malraux correu em socorro da República muito antes dos comunistas oficiais e sobretudo dos russos. Dessa feita o que viveu e escreveu foi uma coisa só, a começar pelo dilaceramento em aceitar em nome da eficácia a pior face do stalinismo: "A Esperança". Com o filme que tirou do romance, o fã de Griffith na meninice, de Carlitos na adolescência, do expressionismo, Eisenstein e Gance na mocidade, criou o neo-realismo cinematográfico. Em 1940 a guerra de Malraux voluntário tanquista foi curta como a de quase todos os franceses, e ele passou a maior parte da ocupação alemã escrevendo os seus livros sobre arte começados havia muito tempo e sempre interrompidos. Entra na Resistência como um arrivista, mas ainda dessa vez se instala nela e, com incomparável autoridade, unifica e lidera os "maquis" da Corrèze ao Lot. Preso, se anuncia novamente a hora da verdade, mas os alemães evacuam Toulouse e Malraux é salvo. Entretempo escolhera, depois da Ásia e da Espanha, uma nova pátria mítica, a Alsácia: "As Nogueiras de Altenburgo". No período final da guerra comandou uma brigada de voluntários alsacianos, ajudou a defender Estrasburgo e entrou vitorioso em Colmar à frente de suas tropas. Malraux sempre foi corajoso, mas a maneira pela qual se expôs durante a contra-ofensiva de Runstedt faz pensar que escolhera aquele momento de glória e desespero para desaparecer. A mulher morrera naqueles dias debaixo de um trem e o futuro do mundo lhe parecia negro. No Congresso do Movimento de Libertação Nacional, Malraux sabota a unificação das forças surgidas na Resistência porque parecia que os comunistas iriam predominar e conhece De Gaulle. Depois de D'Annunzio, Lawrence e Trótski -sem falar de Saint Just-, encontra seu último herói, que o conquistará para sempre.

Uma personagem apagada
"É difícil ser ministro sem mediocridade e ridículo", mesmo da Cultura. E dessa prova o herói Malraux não se saiu bem. "São precisos 60 anos para fazer um homem", escrevera ele aos 30, "e em seguida só lhe resta morrer". Malraux chegara aos 60 e o que lhe estava restando era ser ministro, aparentemente satisfeito com a sorte. Adquiriu gosto pelas honrarias, pelos sinais exteriores do poder, a guarda em posição de sentido, os batedores motociclistas abrindo o trânsito para o imponente carro oficial, as marselhesas e auriflamas rituais. De julho de 1958 a abril de 1969 participou de cerca de 400 reuniões ministeriais. Sentado à direita de De Gaulle, que o admirava muito, foi uma personagem apagada, intervindo raramente nos assuntos tratados.
Só duas vezes sentiu-se inteiramente à vontade e foi marcante. Em 1961 o golpe dos generais facciosos na Argélia justificou finalmente sua presença num governo conservador. O ressurgimento do fascismo ressuscitou o Malraux de antigamente e os colegas de ministério se inquietaram diante do brio e brilho com que se ofereceu para comandar uma unidade de tanques, depois de propor o fuzilamento dos generais inimigos da descolonização. Seu outro grande momento no Conselho de Ministros foi quando relatou de forma imaginosa a visita oficial à China de Mao Tsé-tung em 1965, espécie de retorno inspirado a uma juventude mítica.

Servir à arte
O balanço de 11 anos contínuos de Ministério da Cultura é, porém, frustrador, sobretudo levando em conta quem era o ministro e o prestígio que possuía junto a De Gaulle e seus primeiros-ministros, Debré ou Pompidou. Malraux não teve e não procurou ter a menor influência sobre o livro, a educação, o rádio, a televisão. Ele dissera alguns anos antes, em 1952, que "o Estado não é feito para dirigir a arte, mas para servi-la". Permaneceu fiel ao não-dirigismo, mas em suma acabou servindo menos às artes como homem público do que como artista. As melhores idéias que teve e alguns projetos audaciosos que chegou a formular nunca foram levados adiante. Em música, afasta Pierre Boulez de sua assessoria e chama Marcel Landowski. É durante a gestão cultural de Malraux que o Teatro Nacional Popular sucumbe e que a sala do Ambigu é destruída. Em matéria de artes plásticas a preocupação principal foi com operações de grande efeito imediato, como as viagens da Mona Lisa e da Vênus de Milo ao estrangeiro ou algumas extraordinárias exposições em Paris, como a consagrada ao século 16 europeu ou à arte persa. Por outro lado ninguém nega a importância que teve o estabelecimento do inventário artístico nacional e a limpeza das fachadas de Paris. O empreendimento mais positivo foi, entretanto, a rede de Casas de Cultura que ostentavam orgulhosamente na entrada algumas proclamações oficiais redigidas às vezes pelo ministro Malraux: "Não há, não haverá Casa da Cultura na base do Estado ou da Municipalidade. As Casas de Cultura são vocês". Ou então: "Ao mesmo tempo instituição e contestação de toda instituição, a Casa da Cultura traz dentro de si a contradição, isto é, movimento e vida". Pouco tempo depois a maior iniciativa de Malraux cumpriu plenamente sua função e as Casas de Cultura se transformaram no fórum principal da rebelião da juventude em maio de 68, quando mais uma vez Malraux sentiu que se encontrava do lado errado da barricada -"esse caos queria ser fraternidade"-, dilaceramento já agudamente experimentado por ocasião das guerras da Indochina e da Argélia. Alguns meses antes contemplara nostálgico o destino de Guevara e logo defenderá Debray. Ainda apontará uma última veleidade, como sempre animada por uma vívida vontade: morrer na Bengala Oriental ao lado dos insurrectos do Bangladesh. Entretempo descobriu que ainda era capaz de escrever outra coisa além de discursos: "Antimemórias". As suas orações fúnebres não se incluem entre os discursos de circunstância, notadamente a que foi pronunciada por ocasião da transferência para o Pantheon das cinzas de Jean Moulin, o herói nacional da Resistência, torturado até a morte pela Gestapo: "(...) entra aqui, Jean Moulin, com o teu terrível cortejo. Com aqueles que, como você, morreram na tortura e não falaram; e mesmo, o que é talvez ainda mais atroz, tendo falado (...)".


Começada a Guerra Civil na Espanha, Malraux correu em socorro da República muito antes dos comunistas oficiais e sobretudo dos russos


O tema da tortura
Muitos temas -a metamorfose, a fraternidade, a morte- percorrem a vida-obra de Malraux, e um dos que são tratados com tensa frequência é o da tortura. Desde "O Elogio da Tortura", texto candente escrito em plena juventude, até os apelos desesperados que lhe chegam da Grécia ou da América do Sul, o tema nunca deixou de persegui-lo na arte e na existência. Como na história do século a tortura aparece em geral associada ao terrorismo, Malraux às vezes engloba os dois temas numa mesma meditação. Para ele "a fonte do terrorismo é a esperança. A esperança não consiste numa certeza de sucesso imediato para si próprio ou para os companheiros. A esperança é o elã histórico, é o futuro inelutável". Segundo Malraux o ato de torturar não possui uma fonte equivalente e leva as coisas longe demais. "Todo o sistema é colocado em questão. E mesmo, digamos a palavra, a civilização." Em 1958, Malraux, a despeito de desacordos fundamentais com Sartre, Mauriac e Roger Martin du Gard, assinou com eles um grave documento dirigido ao poder público conclamando-o "a condenar sem equívoco o uso da tortura, que desonra a causa que pretende servir".
É impossível num comentário rápido dar uma idéia da riqueza do livro de Jean Lacouture, varrido pelos principais acontecimentos, idéias e personagens do século. De certa forma, Malraux é desmascarado, mas no seu caso a máscara é quase sempre o signo de uma alma atormentada. Agnóstico ávido de transcendência, mas que não recebeu a revelação, ele recusa obstinadamente a recusa de Deus. Quase com a idade do século, o Malraux de hoje tende a considerar seu longo percurso como "uma vida sangrenta e vã". Ele próprio porém explicara que a vida não vale nada, mas nada vale uma vida. A sua lição final talvez possa se resumir assim: o homem não está só e não é totalmente absurdo.


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