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Janela de Bonnard
LEDUSHA SPINARDI
O sol saltou para o centro
da sala e instalou-se feliz como um ovo estrelado. A barra ondulada do toldo inventa o horizonte, a orelha do
cão fareja feito radar o farfalhar das folhas do jornal que
dormiu na varanda. Tudo é
fresco: perfume e cor. Através do vidro adivinho águas
no entardecer, apesar do
azul dourado que pousa sobre a cidade. As vidraças esmeram-se em refletir a luz
abundante das árvores e a
profusão de rosas, jacintos e
begônia. Pêras duras, pão e
queijo sobre a mesa que dá
para o jardim. A gata Virgínia cochila enroladinha sobre uma "Vanity Fair".
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