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Análise Previdência

Pressões e problemas urbanos colaboram para afastamento

Cotidiano das grandes cidades faz com que as pessoas vivam estressadas

MARCOS CÉZARI
DE SÃO PAULO

AS PESSOAS SÃO PRESSIONADAS A PRODUZIR MAIS; AS QUE NÃO ENTRAM NA ESPIRAL DO "SALVE-SE QUEM PUDER" FICAM PARA TRÁS

Há vários fatores que podem justificar o aumento no número de trabalhadores afastados do serviço por transtornos mentais e comportamentais. Esses fatores podem estar na pressão das empresas, na própria família ou nas ruas.

A competitividade entre as empresas faz com que elas exijam mais de seus empregados. Essa cobrança, os problemas pessoais, os familiares, os sociais, o trânsito caótico das grandes cidades e a violência urbana têm contribuído para que os trabalhadores cheguem ao local de trabalho já sob pressão.

Tem gente que não dorme pensando na crise de 2008, na atual crise europeia, nas perdas na Bolsa, no prejuízo com algum negócio malfeito, na perda do emprego, no vizinho assaltado (quando não é ele mesmo), com a violência do trânsito, e por aí vai.

Em tempos de "salve-se quem puder", as pessoas são pressionadas a produzir mais, a vender mais, a melhorar a qualidade dos produtos. Quem não entra nessa espiral fica para trás.

Quando chega o fim de semana, as pessoas buscam ir para o interior, para a praia, para vencer o desgaste do trabalho semanal e relaxar. Para chegar lá, novo estresse no trânsito. Na hora de voltar, no domingo, mais estresse no trânsito. No dia seguinte, segunda-feira, tudo se repete.

Os trabalhadores mais afetados por essas pressões psicológicas são os mais velhos, especialmente os com mais de 45/50 anos. Se não tiverem capacidade de lidar com as novas tecnologias, sofrerão a concorrência dos mais jovens. E entre um empregado jovem e um de mais idade...

Hoje, as empresas querem pessoas preparadas. Quem souber mais sai na frente. Dependendo do saldo bancário ou da condição familiar, quem for preterido é sério candidato a ficar deprimido.

Enfrentar as pressões internas das empresas força o trabalhador a buscar licença médica para superá-las: daí a corrida ao INSS. Se o médico der seis meses de licença, ele descansa, a pressão diminui e, quando voltar, estará mais preparado e aguentará mais seis meses.

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