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Caixa diz ter sido enganada em fraude no PanAmericano

Vice-presidente nega que a compra do banco tenha sofrido influência política

DE SÃO PAULO

A Caixa Econômica Federal desconhecia a fraude contábil, que chegou a R$ 4,3 bilhões, antes de fechar a compra de participação no banco PanAmericano.

É o que afirmou o vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival, em entrevista ao "Valor Econômico". Ele disse que "todos" foram enganados pela fraude.

"A Caixa foi enganada. O mercado foi enganado, as empresas de auditoria foram enganadas", afirmou.

"É muito fácil construir hoje uma teoria conspiratória dizendo que nós sabíamos de fato [do rombo]", completou.

Um ano antes de a fraude tornar-se pública, em dezembro de 2009, a Caixa acertou a compra de 36% do antigo banco do empresário Silvio Santos por R$ 739,3 milhões.

A Polícia Federal descobriu, porém, doações disfarçadas do banco para o PT e abriu inquérito para apurar se houve ingerência no negócio as instituições.

Na entrevista, Percival disse que a decisão de investir em bancos se deu por questões estratégicas. Ele negou influência do governo.

"Foi decisão interna da Caixa. Era interesse nosso para crescer de forma a não perder mercado", relatou.

O diretor da Caixa explicou ainda sobre o interesse específico no PanAmericano.

"[O banco] tinha leasing, nós não. Tinham forte capacidade de geração de crédito ao consumidor, financiamento de veículos. O modelo de negócio era interessante para nós, com penetração nos nichos de mercados que os grandes bancos não tinham", afirmou Percival.

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