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Venda de computador se desacelera no ano

Percentual de expansão recua para 9%, ante 17% em 2010; confiança do consumidor e crédito afetam o mercado

Tablets podem ser ameaça ao crescimento futuro da indústria nacional de PCs, mesmo contrabandeados

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

A indústria brasileira de computadores registrará em 2011 desaceleração nas vendas, com expansão de apenas 9%. O percentual de crescimento é o menor nos últimos sete anos, à exceção de 2009, quando a indústria permaneceu estagnada com os efeitos da crise financeira global.

Segundo dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), serão comercializados neste ano 15,3 milhões de computadores.

Em 2010, as vendas haviam saltado 17%, chegando a 14 milhões de máquinas.

Os notebooks representarão a maior parte das vendas da indústria neste ano, com 9 milhões de unidades.

"A incerteza do cenário econômico global repercutiu por aqui e prejudicou as vendas principalmente no segundo semestre", disse Humberto Barbato, da Abinee.

Fontes do varejo afirmam também que houve maior restrição ao crédito principalmente no terceiro trimestre.

"O volume de vendas continua forte, mas em valores poderia ter sido melhor. Os custos dos computadores cresceram muito", afirma Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática.

A empresa vendeu até o terceiro trimestre 1,6 milhão de computadores (alta de 12,8%), mas o faturamento recuou 21,3% na comparação anual, a R$ 489,1 milhões.

No período, a empresa chegou a 17,5% do mercado. A segunda colocada é a HP, com 14,7% de participação.

"A variação do câmbio chacoalhou o mercado, que perdeu a referência de preços que já era praticada desde 2008", diz Alexandre Wu, presidente da Asus, que não revela os números no país.

Enquanto a indústria encerrou o primeiro semestre com a cotação do dólar em torno de R$ 1,60, chegou ao terceiro trimestre com R$ 1,75.

Para Ivair Rodrigues, sócio da IT Data, o problema maior da indústria está na redução das margens de lucro dos fabricantes. Hoje está em torno de 1% a 3%, ante comparação global de 5%.

TABLETS

A pesquisa não mede o impacto dos tablets no mercado e a Abinee considera que aparelhos como o iPad, da Apple, não devem roubar espaço significativo dos computadores em curto prazo.

"O consumidor tem diferentes necessidades e deve continuar buscando computadores tradicionais", diz Hugo Valério, diretor de informática da Abinee.

Como competem pelo bolso do mesmo consumidor, é possível que os tablets levem vantagem entre os compradores que pretendem trocar seu notebook.

Parte da "corrosão" da indústria de PCs pode vir de equipamentos ilegais. Pesquisa da IT Data mostra que 27% dos tablets no Brasil são contrabandeados.

No ano devem ser vendidos 480 mil tablets no país, segundo a consultoria IDC.

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