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Governo vai capitalizar BNDES em mais R$ 25 bi ainda em 2011

Tesouro Nacional emitirá títulos públicos e repassará recursos recebidos ao banco de fomento

Objetivo é estimular investimentos e crescimento da economia, em meio à desaceleração do PIB

Leonardo Rodrigues - 1º.dez.10/Valor
Luciano Coutinho, do BNDES; Recursos podem ser usados para financiar parte da compra da EDP pela Eletrobras
Luciano Coutinho, do BNDES; Recursos podem ser usados para financiar parte da compra da EDP pela Eletrobras

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Para estimular investimentos e o crescimento da economia, o governo autorizou a capitalização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em mais R$ 25 bilhões.

Ontem, o Ministério da Fazenda publicou despacho que permite que o Tesouro Nacional firme contrato de financiamento com o banco.

O órgão emitirá títulos públicos e repassará o montante recebido com a venda dos papéis ao BNDES. O início das emissões deverá ocorrer nos próximos dias.

O dinheiro será usado para reforçar o caixa do banco no próximo ano, de acordo com as demandas do setor produtivo, diz o BNDES.

Nos bastidores, especula-se que parte dos recursos poderá ser usada para financiar a compra da EDP (Energia de Portugal) pela Eletrobras, caso a estatal brasileira saia vencedora na privatização da empresa portuguesa.

Na semana passada, a Eletrobras e a Cemig fizeram ofertas por quase 25% das ações da EDP, em negócio que pode chegar a R$ 5 bilhões.

O BNDES nega qualquer destinação específica para os recursos da nova capitalização e diz que eles são importantes para os financiamentos em 2012.

DESACELERAÇÃO

Neste ano, o governo já havia editado medida provisória permitindo a emissão de R$ 55 bilhões em títulos públicos a serem repassados para o banco de fomento.

Com a desaceleração da economia, porém, os desembolsos do banco caíram -28% até setembro, de acordo com os últimos dados divulgados-, o que tornou desnecessária a emissão do valor total. Até agora, apenas R$ 30 bilhões haviam sido repassados ao BNDES.

Em junho, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, chegou a dizer que o plano do governo era dar mais espaço para o setor privado financiar investimentos de longo prazo, o que é feito basicamente pelo banco.

Agora, porém, o cenário mudou. Se no início do ano o interesse do governo era desestimular a economia para segurar a inflação, agora a instituição considera que é hora de pisar no acelerador.

Na semana passada, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deixou de crescer no terceiro trimestre. Um dos problemas foi justamente o investimento, que caiu 0,2%.

Por conta disso, o governo decidiu lançar mão do expediente que já vinha sendo utilizado desde a crise de 2008, quando capitalizou o BNDES para garantir a oferta de crédito para o setor produtivo -que havia encolhido- e aquecer a economia.

Nos últimos dois anos, o banco já recebeu mais de R$ 180 bilhões em repasses do Tesouro Nacional.

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