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Análise/ Combustíveis

Tendência é que preço do barril de petróleo recue para US$ 90

THAÍS MARZOLA ZARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A diferença entre as cotações do barril de petróleo do tipo West Texas Intermediate (negociado nos Estados Unidos) e do tipo Brent (negociado em Londres) voltou a se estreitar nos últimos três meses.

O pico do diferencial foi atingido em 13 de outubro (US$ 26,88), quando o barril do WTI chegou a ser negociado a US$ 84,23, enquanto o Brent atingia US$ 111,11.

Parte desse diferencial devia-se ao fato de que o fornecimento da Líbia estava prejudicado, ao mesmo tempo em que os custos de transportes do WTI para fora dos Estados Unidos reduziam sua atratividade enquanto substituto do Brent.

Desde então, contudo, três fatores levaram à evolução distinta dos preços do Brent e do WTI: primeiro, o retorno gradual do fornecimento líbio; segundo, a ligeira melhora dos indicadores de atividade econômica norte-americanos; terceiro, a piora das expectativas de crescimento da Europa para os próximos anos.

A soma desses fatores fez com que a cotação do Brent caísse um pouco, do patamar de US$ 110/2 para US$ 105/10. Mas a maior contribuição para o estreitamento do diferencial veio do WTI, que voltou a se aproximar de US$ 100.

Daqui por diante, a tendência é que os preços dos dois tipos voltem a apresentar tendências similares, determinadas por fatores em comum (oferta e demanda).

Do lado da oferta, teremos hoje a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em Viena, que poderá determinar a redução da produção, em resposta ao restabelecimento do fornecimento líbio e às maiores exportações do Iraque, conforme já adiantou o ministro do Petróleo do Irã.

Do lado da demanda, contudo, a tendência é de queda -com as principais economias mundiais já tendo contratado um crescimento baixo por muitos anos e levando, a reboque, economias emergentes de peso fortemente dependentes de exportações, como a China.

No balanço entre oferta e demanda, o mais provável é que haja espaço para o recuo dos preços, para um nível mais próximo de US$ 90 (WTI), com o diferencial entre o WTI e o Brent caindo ainda mais em relação aos atuais US$ 10 -isso, claro, se não houver novidades no fronte geopolítico.

THAÍS MARZOLA ZARA é economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados e mestre em economia pela USP.

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