UE quer dobrar a internacionalização de empresas do bloco

Como uma das saídas para se recuperar da crise econômica, a União Europeia quer dobrar a internacionalização de suas empresas nos próximos cinco anos. O Brasil está nos planos.

Para isso, quer promover "joint ventures" (associações de empresas para explorar determinado negócio) entre a indústria brasileira e a europeia, em setores como eletroeletrônicos, softwares e petróleo e gás.

"As europeias podem compartilhar seus conhecimentos em inovação e tecnologia com as brasileiras. E nós teremos mais acesso ao seu mercado, um dos que mais crescem", defende o vice-presidente da Comissão Europeia, Antonio Tajani.

Ele defendeu a estratégia esta semana em reunião com a presidente Dilma Rousseff e membros da indústria, com quem assinou acordo para promover intercâmbio de empreendedores dos dois lados.

Empreendedorismo porque esse processo de internacionalização, envolvendo o incremento dos investimentos no exterior e das exportações, passa pelas 23 milhões de pequenas e médias empresas europeias, ressaltou em entrevista à Folha.

"Hoje, apenas 25% de nossas pequenas e médias empresas atuam fora de seus países. Quando se fala em atuação fora da UE, cai para 13%. Meu objetivo é dobrar esses percentuais nos próximos cinco anos", disse.

Tajani disse que esse é um dos dois pilares em que a UE aposta para resistir à crise.

"O primeiro é financeiro: a necessidade de trabalhar para melhorar a dívida pública e buscar financiamentos", disse. "O segundo é a economia real. Não podemos ganhar da crise se não há estratégia de crescimento, de desenvolvimento da indústria, das pequenas e médias."

Após fechar acordos com o Chile, a fim de padronizar normas de produtos para exportação, e vir ao Brasil, a comitiva foi para a Argentina.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou ter recebido mais de 20 visitas de comitivas de diferentes países europeus em 2011.