Metade da internet via celular é ocupada por 1% dos usuários

As congestionadas frequências mundiais de telefonia móvel estão divididas de maneira desproporcional. Apenas 1% dos usuários geram metade do tráfego. Já 10% dos usuários mais ativos de celulares consomem 90% da banda de telefonia móvel.

A Arieso, consultoria inglesa que atende companhias de telecomunicações em vários países, documentou essa disparidade estatística ao rastrear o comportamento de 1,1 milhão de assinantes de uma operadora europeia durante 24 horas, em novembro.

A diferença entre os usuários extremos e o restante da população está se alargando, de acordo com a Arieso. Em 2009, os 3% mais ativos dos usuários de celulares respondiam por 40% do tráfego, e agora sua proporção da banda consumida é de 70%.

Michael Flanagan, vice-presidente de tecnologia da Arieso, disse que o estudo não resultou em um perfil mais detalhado dos usuários extremos.

Mas o grupo deve ser diversificado, avaliou ele, com uma mistura de empresários que obtêm acesso via redes 3G em viagens e pessoas físicas com pacotes de dados generosos ou ilimitados.

"Haverá quem trace o paralelo com o movimento Occupy Wall Street, e já ouvi comentários sobre um movimento 'ocupar o download', disse Flanagan.

Pal Zarandy, analista da Rewheel, que assessora operadoras de telefonia, disse que a disparidade no uso de banda se deve ao fato de a maioria dos usuários mundiais utilizar celulares 2G.

Os usuários mais pesados dos dados móveis, segundo a pesquisa, assistiam a vídeos em 40% do tempo, navegavam pela Web outros 20% e dedicavam o restante a e-mails, redes sociais, troca de arquivos e downloads.

O avanço na tecnologia também promove o uso mais pesado da rede. O estudo diz que donos do iPhone 4S, da Apple, baixavam 276% mais dados do que os do Apple 3G.