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Itaú paga R$ 11,8 bi para absorver Redecard

Banco fará oferta para comprar ações dos acionistas minoritários; papéis subiram mais de 10% ontem na Bolsa

Maior banco privado, Itaú teve lucro líquido de R$ 14,6 bi em 2011, resultado 9,7% superior ao de 2010

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O Itaú Unibanco decidiu incorporar a Redecard, empresa de processamento de cartões de crédito desenvolvida em parceria com Citibank e Unibanco.

Segunda maior credenciadora de transações por cartão depois da líder Cielo, a Redecard implementou um programa agressivo de redução de preços para conquistar mercado após o fim da exclusividade de bandeiras, em 2010. A iniciativa não foi bem-sucedida e acabou comprometendo os ganhos, que só melhoraram no fim de 2011.

O Itaú é o maior acionista da Redecard, com pouco mais de 50%, participação que fora ampliada com a fusão com o Unibanco e a compra da parte do Citibank, em 2009.

Em 2007, quando a Redecard abriu o capital, Itaú, Unibanco e Citi tinham participação de 32% cada um.

Para incorporar a Redecard, o banco terá de fazer uma oferta pública para comprar cerca de 50% das ações em poder dos acionistas minoritários por um valor de R$ 11,8 bilhões -R$ 35 por ação, preço 9,6% acima do fechamento da segunda. A expectativa é que a operação ocorra entre 90 e 120 dias.

Segundo Roberto Setubal, presidente do Itaú, o objetivo é "ganhar agilidade" nos processos e reduzir o "conflito de interesses" nas negociações entre controlador (Itaú) e controlada (Redecard).

Como exemplo de falta de agilidade, Setubal citou o caso da transferência do serviço de captura de transações da Hipercard para a Redecard, cujos estudos e formatação de contratos levaram seis meses. "Demoramos seis meses para tornar evidente que fazia sentido o negócio e tinha um preço justo", disse.

SINERGIA

Para o consultor Boanerges Ramos Freire, o fechamento de capital da Redecard possibilitará ganho de sinergias do negócio de credenciamento de estabelecimentos comerciais com as áreas de crédito e seguros, que prestam serviços financeiros a essas empresas, como faz o Santander com sua credenciadora Getnet. Também deixará a estratégia da Redecard menos exposta ao escrutínio público e da concorrência.

"Dentro do Itaú, a estratégia da Redecard fica mais preservada", diz Freire.

As ações da Redecard subiram ontem 10,49%.

Maior banco privado brasileiro, o Itaú registrou lucro líquido de R$ 14,6 bilhões em 2011, 9,7% maior do que em 2010. O desempenho foi resultado da expansão das operações de crédito, que somaram R$ 397 bilhões -19% a mais do que no ano anterior.

O ano foi marcado pelo fim da integração da rede de agências com o Unibanco, comprado em 2008.

A carteira de crédito para pessoas físicas alcançou R$ 147,6 bilhões no Brasil, 18% acima de dezembro de 2010. Um dos destaques foi o crédito imobiliário, que atingiu R$ 13,5 bilhões.

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