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Análise

Falhas assustam, mas são comuns

IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A inspeção da frota do Airbus-380 é péssima notícia para a fabricante europeia. Objetivamente, contudo, não há motivo para deixar de embarcar no maior avião de passageiros do mundo por ora.

A essência das chamadas diretivas de aeronavegabilidade, os "recalls" de aviões, é justamente evitar que acidentes aconteçam.

E todo incidente aéreo, salvo exceções como atentados, é decorrente de um acumulado de fatores que muitas vezes começam onde se está agora no caso do A380: detalhes microscópicos.

Se um leigo que tem medo de voar começar a ler a lista de diretivas que é editada todo mês, desiste de entrar numa aeronave. Descrições assustam, e algumas falhas potenciais são catastróficas.

Mas é prevenção, diferentemente do caso da queda do Airbus-330 da Air France em 2009, que gerou diretivas posteriores à tragédia, embora a reputação do modelo não tenha sido muito afetada.

Praticamente todo avião é submetido a esses "recalls", que são especialmente comuns em modelos novos como o A380 ou o Boeing-787 -como ocorre com carros.

O problema do A380 decorre de falha de construção. Os suportes que ligam as chamadas "costelas" das asas à "pele" metálica da peça tinham encaixes de parafusos mal desenhados e eram de material inadequado.

A solução é simples, com a troca dos suportes, embora demande parar o avião. Isso custa dinheiro, e más notícias derrubam ações e provocam medo numa área tão sensível como o transporte aéreo.

A indústria não esquece o caso do jato britânico Comet, lançado em 1952. Era uma maravilha tecnológica, mas falhas nos seus primeiros modelos levaram a desastres que enterraram a sua carreira.

Os problemas foram corrigidos, mas era tarde demais. O público já não queria voar no Comet. Por isso hoje um pequeno suporte de 23 cm está causando tanta dor de cabeça à Airbus.

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