Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Ilustrada - em cima da hora Presidente da Sky dispara contra Fox Sports e nova lei da TV paga Para Luiz Eduardo Baptista, Ancine quer exercer 'controle soviético' e inconstitucional sobre setor Executivo afirma que resistência da operadora em incluir Fox Sports nos pacotes se deve a 'preço salgado' ANNA VIRGINIA BALLOUSSIERDE SÃO PAULO A ideia era anunciar o Sky Online, novo serviço da operadora de TV por assinatura -uma espécie de videolocadora para os tempos de web, em que o cliente aluga e compra conteúdo pela internet. Feito isso, o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, agarrou a oportunidade para disparar contra dois alvos. A Ancine (Agência Nacional do Cinema) entrou na mira por regular a nova lei da TV paga, com pontos "inconstitucionais", disse Baptista ontem à imprensa. A partir de abril, o setor ganha novas normas. Uma das mais barulhentas prevê que os canais sejam obrigados a rechear o horário nobre com cotas de programação nacional e independente. Para Baptista, o presidente da Ancine, Manoel Rangel, nada mais é do que "um ex-produtor independente com viés de controle parecido com o que tinha na URSS". Ele define Rangel como "o cara que não é Pelé e não joga em time nenhum" -inapto, pois, a comandar o jogo. O objetivo declarado da nova lei é dar um empurrão na produção nacional. Baptista diz que a medida será ineficaz por se tratar de uma imposição -e de produtos nem sempre de qualidade. "A diferença entre remédio e veneno é a dose. A dose que Rangel quer é inaceitável." O bolso do assinante, continua ele, vai coçar com a obrigação de incluir mais canais brasileiros nos pacotes. "Você acha que a conta não vai ser repassada para o consumidor? É óbvio que vai." A agência disse que aguardaria a publicação da reportagem para rebater as críticas. Em recente entrevista à Folha, Rangel disse que a Sky tem "postura extrativista em relação ao mercado brasileiro", preocupada com a "maximização de resultados econômicos". A atitude, segundo ele, é coerente com a "tradição de ser um grupo americano de controle de mídia". Baptista também falou sobre a resistência da Sky em inserir a Fox Sports em seus pacotes. Para ele, a contenda se resume ao "preço salgado" que a Fox estaria cobrando. Segundo Baptista, o valor é 20 vezes maior que aquele que as operadoras pagam pelo Speed. A Folha apurou que o preço da Fox Sports seria de R$ 1,50 por assinante (a Sky tem cerca de 13,5 milhões). Um obstáculo à estratégia da Fox, que tenta convencer gigantes do setor a trocarem o Speed, outro esportivo do grupo, pelo novo canal. Baptista compara a Fox Sports ao passageiro que chega atrasado ao aeroporto e demanda o lugar de quem comprou passagem há um ano. De acordo com o canal, o preço "não é indicador de dificuldade na negociação com as operadoras" -prova disso seria o acordo já fechado com nove outras operadoras. A Sky diz que os lados deverão chegar a um acordo. Um trunfo: a Fox Sports detém o direito da Taça Libertadores. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |