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Jornal britânico diz estar melhor sem Apple

Diário econômico 'Financial Times' chega a 267 mil assinantes digitais, o que representa 44% da circulação paga

Periódico rompeu com a empresa americana por causa da taxa de 30% e do controle de dados sobre os assinantes

DO ENVIADO A BARCELONA

O jornal britânico "Financial Times" chegou a 267 mil assinantes digitais, o que representa 44% do total de sua circulação paga.

Os números apareceram ontem no balanço anual da Pearson, grupo que controla o periódico, e incentivaram o "FT" a novamente cantar vitória sobre a Apple -o jornal abandonou no ano passado a loja de aplicativos da empresa norte-americana e partiu para um modelo baseado na web.

"Isso nos deixou numa posição muito mais forte do que antes", afirmou Rob Grimshaw, diretor do "FT.com", durante palestra no Mobile World Congress, evento promovido em Barcelona.

Segundo ele, o novo aplicativo, baseado em tecnologia HTML5, recebeu 1,7 milhão de visitantes desde que foi lançado, em junho do ano passado. O número é maior do que o total de downloads que havia sido acumulado na loja da Apple.

'FANTÁSTICO'

"A experiência tem sido fantástica", disse ele.

"Nós não tivemos problemas em sermos descobertos [pelos consumidores]", disse Grimshaw, rebatendo um dos maiores temores das empresas que ficam fora da loja da Apple -de não contar com a visibilidade que ela proporciona.

"Então por que precisamos de um app nativo [vendido na loja virtual da Apple]?"

Dois pontos essenciais levaram à ruptura do "FT" com a Apple: a taxa de 30% cobrada pela empresa americana e o controle das informações sobre os assinantes.

Pelo balanço, o crescimento das assinaturas digitais do jornal foi de 29% no ano passado. A circulação total, de 600 mil edições, é a maior de sua história.

O faturamento do "FT" cresceu 6% e chegou a £ 427 milhões (R$ 1,16 bilhão), enquanto o lucro subiu 27%, atingindo £ 76 milhões (R$ 206 milhões).

O grupo Pearson disse esperar lucros menores neste ano por causa dos investimentos em mídias digitais.

Acessos a partir de celulares e tablets já representam 19% do total do site.

Vemos um futuro em que os aparelhos móveis serão o canal de distribuição de conteúdo jornalístico", afirmou Grimshaw.

Ele espera que mais gente adote o caminho trilhado pelo jornal britânico. "A comunidade tecnológica tem abraçado o HTML5. Logo, muitas empresas estarão aptas a produzir nele. O modelo de negócios no browser é muito mais favorável."

(ROBERTO DIAS)

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