Segurança da informação suscita dúvidas

Especialistas afirmam que o monitoramento de uma cidade pode ajudá-la a ser mais eficiente. Há, no entanto, um ponto que pode pesar contra esse movimento: a segurança da informação.

Como esses sistemas são desenvolvidos e operados por grandes conglomerados privados, é preciso cuidar para que essas informações não sirvam a outros propósitos, apontam os especialistas.

Carlos Leite, especialista em cidades inteligentes e professor de urbanismo da Universidade Mackenzie, afirma que mais do que apenas monitorar o trânsito, essas redes de dados podem chegar a níveis muito grandes de detalhamento.

É possível traçar padrões de consumo de moradores de um bairro específico da cidade, por exemplo. "Informação é poder", diz ele.

A discussão é semelhante à que ocorre atualmente com o Google. A nova política de privacidade da empresa prevê a coleta de dados de seus usuários e alguns temem que, em mãos erradas, eles sejam usados como mercadoria para outras empresas.

No setor de monitoramento de cidades, a lógica é a mesma. "É preciso que haja a garantia absoluta na segurança da informação."

Exemplos internacionais mostram que as cidades podem ter mais a ganhar.

Em Barcelona, na Espanha, está sendo erguido o distrito industrial chamado 22@. São 120 quarteirões de empresas de inovação.

Em parceria com a prefeitura local, a Cisco montou uma rede de serviços inteligentes. Pela internet ou pelo celular, por exemplo, os moradores podem checar onde há vaga de estacionamento ou qual é o ônibus mais próximo de sua localização.

Outro sistema verifica o movimento de pedestres em determinadas ruas e apaga ou acende a luz dos postes conforme a necessidade. Todos os prédios públicos têm sua energia controlada por sistemas inteligentes.