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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

País não deve esconder safra de café, diz produtor

Produtores de café, reunidos na Bahia nesta semana, delinearam um programa para a cafeicultura nacional que será entregue ao governo e a entidades ligadas ao setor.

Um dos pontos principais do documento é a definição rápida dos recursos para a grande safra que se avizinha, segundo João Lopes Araújo, presidente da Assocafé (Associação dos Produtores de Café da Bahia).

Araújo diz que o Brasil não deve ter medo de mostrar a safra, como se fazia no passado. A produção vai ser grande, podendo ficar próxima de 55 milhões de sacas, mas esse número está em sintonia com a demanda.

O importante, segundo Araújo, é o produtor ter os mecanismos de apoio no momento certo.

Sem esse mecanismo, a oferta de café será grande durante a colheita, depreciando os preços e afetando principalmente os pequenos produtores, que não têm como armazenar o produto.

O presidente da Assocafé diz que o mercado já está à mercê dos fundos, que impõem preços conforme entram ou saem das Bolsas, determinando a renda do produtor. Sem um programa financeiro do governo, os produtores ficarão ainda mais vulneráveis.

Araújo diz que a queda de preço do café neste ano não tem fundamento na demanda, que continua boa. É resultado da troca de ativos (produtos onde investem) pelos fundos de investimentos.

Os produtores de café incluíram, ainda, nesse programa da cafeicultura metas para a recuperação das áreas de cafezais degradadas e com baixa produtividade.

O Brasil precisa aproveitar este momento de crescimento da demanda externa para renovar os cafezais pouco produtivos. Mais uma vez, diz o presidente da Assocafé, os pequenos são os que têm mais dificuldades nessa renovação, que precisa ser feita a curto prazo.

A médio prazo, o país precisa de uma política nacional para ampliação da cafeicultura. Ela asseguraria a participação do Brasil no mercado internacional, cuja demanda é crescente.

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Sem dumping Os brasileiros não praticam dumping na venda de suco de laranja para o mercado norte-americano, segundo o próprio governo dos EUA, que retirou as medidas antidumping contra o Brasil.

Sem taxa Na prática, os brasileiros deixam de pagar uma taxa média de US$ 50 por tonelada em alguns contratos exportados. Apesar do desapontamento dos produtores norte-americanos com a retirada do dumping, a própria OMC já havia declarado ilegal a taxa.

Sem mudanças Em termos de comércio, não muda muita coisa porque apenas parte do suco brasileiro recebia essa taxa.

Revés O interessante é que é mais um revés na política protecionista norte-americana na proteção de seu suco, segundo Maurício Mendes, presidente-executivo da Informa Economics.

Mercado O suco subiu 1,8% ontem em Nova York.

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EUA estudam proposta para liberar carne brasileira

Com a viagem da presidente Dilma Rousseff em abril aos Estados Unidos, os norte-americanos deverão colocar em consulta pública a liberação das exportações de carne bovina brasileira àquele mercado.

Atualmente, só Santa Catarina, livre de aftosa, pode exportar. A liberação seria estendida aos demais Estados livres de aftosa, mas com vacinação.

A consulta pública ocorre depois de uma análise de risco da carne brasileira e, quando implantada, deverá demorar pelo menos 60 dias.

A abertura dos Estados Unidos à carne brasileira facilitaria a entrada do produto nacional em outros países, como Japão e Coreia do Sul.

Esses mercados são bastante exigentes em questões sanitárias, mas pagam bem.

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Com KARLA DOMINGUES

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