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Brasileiro gastará menos em 2012, indica pesquisa

Estudo aponta redução da intenção de compra do consumidor no país

Resultado demonstra cautela, diz analista; despesas com educação e prestações de imóvel aumentaram em 2011

MARIANNA ARAGÃO
DE SÃO PAULO

Os brasileiros estão menos propensos a comprar itens como carros, computadores e eletrodomésticos. A constatação é da pesquisa "O Observador", feita pela Cetelem BGN, financeira do BNP Paribas, e pelo instituto Ipsos.

O percentual de pessoas com intenção de comprar um automóvel caiu de 18% na pesquisa anterior para 15% -o estudo é anual.

É o segundo pior índice apontado pela pesquisa desde 2005, quando começou a ser realizada no Brasil -só em 2008, ano que eclodiu a crise global, a intenção para compra desse bem foi menor.

O estudo aponta também redução na pretensão de compra de computadores, eletrodomésticos, móveis, telefones celulares e serviços de viagem e lazer.

"A queda na intenção de consumo mostra que o consumidor está mais cauteloso em relação à situação da economia do país", diz Miltonleise Carreiro Filho, vice-presidente da Cetelem BGN no país. "Devido a essa cautela, em 2012, podemos não ter o mesmo nível de gasto visto no ano passado", afirma.

Outro sinal de que a desaceleração da economia já influencia o ânimo dos consumidores está na redução dos gastos das famílias em 2011.

Na classe A, o gasto total declarado caiu 115%; nas classes D e E, 39%. A classe C foi a única que declarou gastos maiores no ano passado, com incremento de 52% em relação ao estudo anterior.

Em todas as classes, os consumidores reduziram despesas com educação, telefone fixo e combustível. Cresceram os gastos com prestações da casa própria, alta de 23%, e aluguel (14%).

Outra despesa crescente foi o pagamento de serviços de empregada doméstica. Os entrevistados afirmaram ter gasto, em média, R$ 300 mensais em 2011 com esse tipo de serviço. No ano anterior, esse número foi R$ 232.

"É um reflexo do cenário de pleno emprego que o país vive ", diz Marcos Etchegoyen, diretor-presidente do Cetelem BGN no Brasil.

RENDA

A pesquisa mostrou que a classe C foi a única cuja renda média familiar cresceu em 2011. A evolução foi de 8%, para R$ 1.450. As classes AB e DE tiveram ligeira queda na renda -na AB, caiu de R$ 2.907 em 2010 para R$ 2.893 no ano passado. A renda da classe DE diminuiu de R$ 809 para R$ 792 no período.

A pesquisa ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades, em dezembro de 2011.

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