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Commodities

Acordo BRF-Marfrig deve ser aprovado

Integrante do Cade diz que proposta das empresas satisfaz exigência de estabelecimento de um novo concorrente

Em abril, órgão de defesa econômica vai julgar se condições que impôs para aprovar a fusão foram atendidas

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deverá aprovar acordo de transferência de ativos entre a BRF Brasil Foods e a Marfrig, anunciado na última quarta-feira.

Com isso, o órgão encerrará um dos maiores casos de sua história: o julgamento da fusão entre a Perdigão e a Sadia, que deu origem à BRF.

Para aprovar a operação, em julho do ano passado, o Cade mandou a BRF vender fábricas, marcas e centros de distribuição, que correspondiam a cerca de 30% da capacidade de produção da empresa no mercado interno.

O pacote deveria ser repassado a um mesmo concorrente. A BRF escolheu a Marfrig.

O conselho deverá julgar, em abril, se os termos combinados com o Cade foram cumpridos -o acordo entre as duas empresas tem uma cláusula condicionando sua concretização à aprovação do órgão.

A avaliação é que o formato encontrado pela BRF não apresenta problemas, por dois motivos: a empresa receberá ativos da Marfrig apenas no exterior e todos os bens determinados pelo Cade foram incluídos.

"O que nós queríamos, que era ter uma nova empresa com capacidade de mercado para enfrentar a BRF, tem uma perspectiva muito boa de acontecer", disse à Folha o conselheiro Ricardo Ruiz, responsável pela negociação do acordo entre o Cade e a BRF.

Em dezembro, quando a BRF apresentou o primeiro esboço da negociação com a Marfrig, estava previsto que a primeira empresa receberia plantas de suínos em Mato Grosso do Sul.

Para o Cade, isso seria problemático porque aumentaria a concentração de mercado da empresa justamente em um dos setores no qual ela teve que se desfazer de fábricas e abatedouros.

Com o temor de que isso pudesse levar o Cade a vetar toda a operação, a BRF retirou as plantas de suínos da negociação. O entendimento no conselho é que, por cerca de cinco anos, a BRF não poderá fazer aquisições nos 14 mercados em que a concentração da empresa era considerada muito grande, como de suínos, frangos, congelados e pratos prontos.

"Ela poderá crescer por meio de novos investimentos", explica Ruiz.

TRANSFERÊNCIA

Depois de o Cade considerar que o termo de compromisso foi cumprido, a BRF começará a transferir marcas como Rezende, Confiança e Doriana para a Marfrig.

A entrada no mercado dessas marcas deverá ser feita gradativamente, de forma a não dar poder desproporcional para a nova empresa.

Nesse momento, a BRF terá ainda que retirar do mercado produtos com a marca Perdigão e Batavo, como lasanhas, pizzas congeladas, almôndegas, quibes e outros.

Procurada, a BRF disse que não tinha porta-voz disponível para comentar o assunto. A Marfrig não se pronunciou.

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