Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

40 países reclamam à OMC de protecionismo argentino

Denúncia apresentada ontem inclui nações como EUA, Japão, México e China

Vice-presidente da Argentina defende medidas, dizendo que país cuida do trabalho dos seus cidadãos

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

Um grupo de 40 países, incluindo Estados Unidos, Japão, México, China e membros da União Europeia, apresentou ontem na OMC (Organização Mundial do Comércio) uma denúncia contra as políticas protecionistas da Argentina.

"Expressamos em forma conjunta nossa contínua e profunda preocupação diante da aplicação de medidas restritivas ao comércio tomadas pela Argentina, que estão afetando negativamente as exportações de um crescente número de membros da OMC", diz o documento.

O texto critica ainda a "falta de transparência" das autoridades do país e chama a atenção para o fato de que as medidas geram "profunda incerteza" em investidores.

Nos últimos meses, a Argentina colocou mais barreiras para a entrada de produtos estrangeiros. As normas visam evitar a fuga de capitais, equilibrar a balança comercial e estimular a indústria local.

Em fevereiro, entrou em vigor uma lei que submete à Secretaria do Comércio Interior todos os pedidos de importação. Determina que eles devem ser feitos por meio de uma declaração, que é avaliada pelo órgão.

A palavra final sobre o que pode ou não entrar é do supersecretário Guillermo Moreno, funcionário da predileção da presidente Cristina Kirchner e com mais poderes do que muitos ministros.

A lei já provoca atraso na entrada de produtos. Há reclamações por parte das indústrias que dependem de peças importadas, principalmente a de automóveis, e de importadores em geral. Faltam alimentos, brinquedos, livros, remédios e até fraldas.

Os países do Mercosul, que não integram o documento da OMC, também têm reclamado das travas argentinas, Brasil incluído.

Em entrevista ontem ao canal 26, o vice-presidente, Amado Boudou, defendeu as medidas protecionistas. "É uma política que serve a todos os argentinos. Quando cuidamos na fronteira da entrada de algum produto, estamos na verdade cuidando do trabalho dos argentinos."

Sobre Moreno, disse: "Aqui não é Moreno sim ou Moreno não. Trata-se de uma equipe de trabalho em que o importante é a política de substituição das importações".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.