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Bancos vão debater juro menor com governo

Instituições privadas reivindicam redução nos impostos e regras mais rígidas de proteção contra mau pagador

Após redução agressiva nos juros por BB e Caixa, presidente da Febraban vai a Brasília defender banco privado

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Pressionados pela concorrência de Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que reduziram agressivamente as taxas de juros aos clientes, os bancos privados vão pleitear ajuda do governo para terem "condições de mercado" para também trabalhar com taxas menores.

Entre as propostas que serão apresentadas ao governo estão a redução nos impostos, regras mais rígidas para recuperar o dinheiro emprestado ao cliente inadimplente e mudanças no chamado Cadastro Positivo de informações de "bons pagadores".

Representando Itaú, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados, o presidente da Febraban (federação dos bancos), Murilo Portugal, deve ser reunir na próxima semana com autoridades do Ministério da Fazenda e do Banco Central para discutir como gerenciar os custos com inadimplência, impostos, depósito compulsório e encargos governamentais, que dificultam a redução dos juros aos clientes.

Portugal deve ir a Brasília na terça, mas o encontro com autoridades do governo ainda não foi confirmado.

Segundo estudo do BC, o risco de calote é o principal fator justificado pelos bancos para explicar a "gordura" entre as taxas que oferece para captar dinheiro dos clientes e aquela que cobra nos empréstimos -o chamado "spread" bancário, que a presidente Dilma Rousseff considerou "difícil de explicar tecnicamente".

Em 2010, data do último estudo do BC, 28,7% do "spread" vinha da inadimplência, seguido por 21,9% de impostos diretos.

Para reduzir o risco de inadimplência, os bancos apostam no chamado Cadastro Positivo, com informações sobre "bons pagadores", que só pode ser utilizado e compartilhado com autorização dos clientes.

Com essa limitação, os bancos não estão conseguindo utilizá-lo para mitigar o risco de calote. Desde 2004, os bancos e o governo trabalharam para reduzir os custos com depósito compulsório, contribuição ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos), além de subsídios cruzados e encargos.

Esses custos desceram de 9,4% para 4,08%, entre 2004 e 2010. A margem líquida de ganho dos bancos, porém, subiu de 20,25% para 32,73%.

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