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Selecionador de gado zebuíno vai criar banco genético dos animais

Projeto quer preservar DNA para pesquisa e melhoria pecuária

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Um banco de DNA que começa a ser criado no Brasil vai preservar e deixar disponível para pesquisa e melhoramento o código genético do gado zebuíno do país, cujo rebanho soma cerca de 160 milhões de cabeças.

A espécie reúne raças como gir, sindi, guzerá e nelore e representa 80% da produção de carne e leite em território nacional, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

A entidade é responsável pelo projeto ao lado de instituições de ensino e pesquisa do governo do Estado de Minas Gerais.

Esse banco genético zebuíno é estratégico pela importância do rebanho na produção de alimentos no Brasil, mas também porque pode viabilizar melhorias na produtividade da pecuária brasileira, segundo o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian.

"Todo o conteúdo desse banco de DNA ficará disponível para pesquisas, principalmente aquelas que venham a contribuir com o desenvolvimento da pecuária nacional."

A reserva genética também poderá ser usada em eventuais perdas de rebanhos por fatores que exigem sacrifícios em massa (como contaminações por doenças).

Novidade no Brasil, a estratégia é difundida em várias partes do mundo, como os EUA e países da Europa.

A coleta do material biológico para formação do banco de DNA começa em maio. Será a primeira fase do trabalho. Neste ano, devem ser recolhidas amostras de 28 mil animais, em 10 mil fazendas. Só os equipamentos para colher as amostras no campo consumirão perto de R$ 350 mil. O custo anual do projeto pode chegar a R$ 20 milhões.

Para não ter de desembolsar esse montante, ABCZ e parceiros aproveitarão uma logística já existente.

A partir da autorização dos criadores, técnicos da associação vão coletar amostras de tecido da orelha dos machos assim que for feito o registro genealógico definitivo -quando os zebuínos entram para a fase de reprodução.

O material seguirá para um laboratório para a extração do DNA do animal, que ficará armazenado em um banco genético no campus da Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba (Fazu).

Após isso, a segunda fase do trabalho será a genotipagem dos DNAs -decifrar os códigos genéticos.

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