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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

À espera de alta, produtor deve segurar café

Com preços desanimadores, a comercialização da safra 2012/13 de café, que começa a ser colhida no próximo mês, deve ser lenta.

Capitalizados após o faturamento recorde em 2011, os produtores devem aguardar a recuperação das cotações (que caem 36% em um ano em Nova York) para vender a maior parte da produção, estimada pela MB Agro em 51 milhões de sacas.

"O cafeicultor está tranquilo. Pode aguardar a retomada dos preços para vender", diz Jorge Florêncio, diretor da Cooxupé.

Essa é a estratégia defendida pelo Conselho Nacional do Café. Segundo Silas Brasileiro, presidente-executivo da entidade, o governo federal garantiu a liberação de R$ 1,5 bilhão para estocagem, o que dará mais tempo ao produtor.

"Até outubro, teremos a pressão da oferta brasileira e a retração das compras das indústrias europeias por conta do verão", diz Brasileiro.

Ao mesmo tempo, a partir de outubro deve predominar a expectativa para a próxima safra, que será menor que a de 2012/13, período de baixa do ciclo bianual da cultura.

Além disso, lembram os produtores, o mercado de café apresenta todos os requisitos para recuperação: consumo mundial crescente, baixos estoques e declínio da produção em outros países.

A produção brasileira responderá pela maior parte da demanda mundial nos próximos meses. Os cafeicultores querem tirar proveito disso.

O analista César de Castro Alves, da MB Agro, também diz que o café tem condições favoráveis à recuperação.

A relação entre estoque e consumo mundiais está em 18%, o equivalente a 25 milhões de sacas, enquanto o nível considerado "confortável" é de 23%, ou 32 milhões de sacas, afirma o analista.

"Considerando os 51 milhões de sacas do Brasil, será necessário uma alta de 8% na oferta dos demais países produtores para que possamos voltar aos 23%", afirma.

Mas será um grande desafio para os concorrentes do Brasil alcançar esse crescimento na produção.

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Queda na Colômbia A produção colombiana de café foi prejudicada pela chuva em março e caiu 26%, para 576 mil sacas (779 mil sacas há um ano), informou ontem a federação dos cafeicultores do país.

Revisão argentina A perda de produtividade no norte argentino, por causa da estiagem, fez a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduzir em 2% sua estimativa para a safra 2011/12: prevê 44 milhões de toneladas, queda de 10% em relação à anterior.

Milho estável Para a safra argentina de milho, o órgão manteve a previsão de 20,8 milhões de toneladas. A colheita de milho no país já atinge 33% das lavouras e a de soja, 22,7% da área total.

Queda na usina O álcool hidratado teve leve queda de 0,77% nas usinas paulistas nesta semana, para R$ 1,20 o litro. Nas bombas, pesquisa da Folha aponta valor médio de R$ 1,92 na capital -estável na semana. Em 30 dias, o combustível sobe 1,38%.

Alta no feijão O feijão subiu 7% ontem no país, refletindo baixa oferta do produto. O preço médio do tipo carioquinha ficou em R$ 217 por saca de 60 quilos, segundo pesquisa da Folha.

Falta produto A expectativa é que o feijão mantenha a alta até a segunda quinzena de maio, quando começa a colheita em São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

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DE OLHO NO PREÇO

COTAÇÕES

Nova York
Algodão
(cent. de US$)* 92,08

Açúcar
(cent. de US$)* 23,37

Londres
Petróleo
(US$ por barril) 121,21

Alumínio
(US$ por tonelada) 2.046

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Com TATIANA FREITAS e KARLA DOMINGUES

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