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Inadimplência dificulta a redução nos juros, diz Itaú

Assim como o Bradesco, banco eleva reservas contra calote; lucro cai 2,6%

Risco de inadimplência encarece empréstimos e torna mais difíceis reduções agressivas nas taxas, afirma banco

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco informou ontem que trabalha com a maior inadimplência em dois anos, risco que faz encarecer os empréstimos e que dificulta a redução nos juros.

Além de perdas, o banco demonstrou que a inadimplência alta trouxe despesas adicionais com provisão para cobrir eventuais calotes, que reduziram os ganhos no primeiro trimestre deste ano.

O Itaú teve lucro líquido de R$ 3,544 bilhões -2,6% menos do que no mesmo período de 2011, já descontados os efeitos extraordinários.

Embora bilionário, o lucro poderia ter sido maior se não fosse o aumento de 37,7% nas despesas com provisões de crédito, que saltaram de R$ 4,38 bilhões para R$ 6,031 bilhões na comparação com o primeiro trimestre de 2011.

Itaú e Bradesco -que anteontem também anunciara alta nos calotes-, os maiores bancos privados do país, sugerem que o ambiente econômico não é favorável e que deverão resistir a implementar reduções agressivas no juro, como anunciaram Banco do Brasil e Caixa Econômica.

No caso do Itaú, os pagamentos com atraso acima de 90 dias atingiram 6,7% dos empréstimos feitos a consumidores pessoa física -patamar de março de 2010.

Os atrasos das empresas eram menores, de 3,7% do total, mas também os maiores desde dezembro de 2009.

EM ALTA

Para Rogerio Calderón, vice-presidente do Itaú, a inadimplência deve continuar subindo nos próximos meses e só vai cair no fim do ano. A maior preocupação é com o consumidor pessoa física, cujos atrasos se aceleraram desde dezembro de 2011.

Os atrasos entre 15 e 90 dias, que funcionam como prévia da inadimplência acima de 90 dias, subiram de 6,9% para 7,9% de dezembro até março.

Mas, para as empresas, os atrasos de menos de 90 dias seguiram estáveis em 2,3%.

"Gostaríamos de poder reduzir mais os juros, mas, neste momento, identificamos um cenário de inadimplência mais alto do que o desejado. Temos a preocupação de evitar o superendividamento."

O banco não acredita que haverá redução nos ganhos com os empréstimos devido ao aumento da competição com os bancos públicos.

"Essa redução será compensada por volumes maiores de empréstimos", disse.

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