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Taxa define vantagem do Tesouro Direto

Quando a Selic estiver em 8,5% e a poupança render 5,95%, papéis do governo darão ganho líquido de 5,89%

Com nova regra para a caderneta, investidor terá de procurar corretoras que não cobram comissão

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O rendimento dos títulos no Tesouro Direto, site do governo que vende papéis da dívida pública diretamente ao investidor pessoa física, também pode apanhar da nova caderneta de poupança se as comissões das corretoras forem superiores a 0,5% ao ano sobre o valor aplicado.

Quando a taxa Selic estiver em 8,5% e o retorno da poupança cair a 5,95% (70% da Selic), o que deve ocorrer no próximo dia 30, os juros dos títulos pós-fixados (as LFTs) do Tesouro Direto vão ter rendimento líquido de 5,89% após descontados 0,5% da corretora e 22,5% do Imposto de Renda (taxação para resgates antes de seis meses).

Somadas à taxa de 0,4% cobrada pela Bolsa, as comissões podem levar o custo de uma transação no Tesouro Direto entre 0,9% e 1% ao ano, equivalente a uma taxa de administração dos fundos que deverão perder para a poupança a partir de junho.

Segundo especialistas, fundos com taxa de administração de 1% já perdem para a poupança agora, com a Selic a 9%. Quando cair a 8,5%, somente os fundos com taxa de administração entre 0,6% e 0,7% conseguirão empatar.

Além da comissão das corretoras, para negociar no Tesouro Direto o investidor tem de arcar com mais 0,4% do valor da transação, que fica com a Bolsa, e da qual não dá para escapar. Desse total, 0,1% é pago uma só vez no momento da transação.

ISENÇÃO

O 0,3% restante é uma taxa anual paga à Bolsa -a cobrança ocorre no pagamento de juros, no vencimento dos títulos ou a cada seis meses.

Só seis corretoras (Daycoval, Banif, Convenção, Socopa, Spinelli e Título) têm isenção de taxas. BB, Bradesco, Itaú Personnalité cobram 0,5%; Caixa e Santander, 0,4%; e Itaú, 1%.

"Os custos das aplicações ficaram mais importantes do que nunca com a mudança na poupança. Nem o Tesouro Direto escapará. Vale procurar as corretoras que não cobram a taxa", disse Miguel Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac).

"Para ganhar da poupança, o investidor vai ter de saber escolher a aplicação. Valem as mesmas regras de antes, mas que poucas pessoas seguem: invista de acordo com o horizonte de resgate, atenção aos custos e aos tributos", afirma Willian Eid, professor da Fundação Getulio Vargas.

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