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Bússola

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A redução de juros pode provocar uma bolha e criar uma crise como a dos EUA?

B.R.A, de Ituverava (SP)

RESPOSTA DO PROFESSOR DO INSPER RICARDO MOLLO - Com a melhora da economia brasileira, a oferta de crédito para as pessoas físicas aumentou substancialmente.

Em 2004, o total de operações de crédito no país era de aproximadamente 25% do PIB; ao fim de 2011, superava 49%.

Essa expansão está relacionada principalmente com o volume de crédito ao consumo e pouco com o financiamento imobiliário.

Apesar de o país ter um alto deficit habitacional, o crédito para a compra de imóveis é hoje de somente 4,5% do PIB, o que é muito pouco quando comparado aos 73% dos EUA, aos 88% do Reino Unido e aos 85% da Austrália.

Isso se dá pela limitação de recursos captados pelos bancos para esse fim e principalmente pelas altas taxas de juros praticadas no Brasil, que são mais do que o dobro das encontradas em países desenvolvidos.

O governo tem usado o crédito como ferramenta para estimular a economia do país.

Com o programa Minha Casa, Minha Vida e a expansão acelerada da carteira de crédito da Caixa Econômica Federal, a ideia é que muitos empreendimentos imobiliários se iniciem e, mais do que isso, novos empregos sejam criados.

Por isso, a redução recente dos juros bancários no Brasil não tem relação com a crise dos EUA de 2008.

Naquela época, os Estados Unidos passaram por uma crise de inadimplência nas hipotecas, o que levou diversos bancos à falência.

O sistema financeiro brasileiro é saudável e suas carteiras de crédito imobiliário são de muito boa qualidade.

É improvável que o país tenha uma bolha de crédito no curto prazo. Isso que não quer dizer, porém, que não poderá observar um aumento no nível de inadimplência se as pessoas tomarem recursos de forma indiscriminada.

EU INVISTO EM

Daiane dos Santos, ginasta

"Investir em imóveis é um bom negócio, pois esse mercado é seguro e não se desvaloriza. Apesar de ter um dos metros quadrados mais caros do Brasil, São Paulo é ótima cidade para investir"

BOM PAGADOR

Os bancos falam que o cadastro positivo pode ajudar a cobrança de juros menores. Esse beneficio vai chegar mesmo ao consumidor?

V.B.A., Aquidabã (SE)

RESPOSTA - O cadastro positivo, ao contrário dos que existem hoje, é dos bons pagadores. A lei ainda está em fase de regulamentação.

O governo espera que esteja em funcionamento o mais breve possível, o que vem ao encontro da atual cruzada contra o elevado "spread" bancário.

Companhias detentoras de sistemas receberão informações tanto dos pagadores como daqueles que recebem pagamentos.

Esse enorme banco de dados será acessado por financiadores, o que provavelmente vai melhorar a percepção de risco, permitindo a aprovação de melhores taxas e maiores valores de financiamento.

O que realmente diminuirá as taxas de juros, porém, será a concorrência entre os bancos. Bons pagadores terão, em breve, uma boa ferramenta de negociação.

NOVO EMPRÉSTIMO

Com a queda nos juros, é interessante pegar um empréstimo para quitar um financiamento imobiliário já contraído?

E.N., Martinópolis (SP)

RESPOSTA - O crédito imobiliário é das modalidades mais baratas e com prazos mais longos do mercado. Os bancos costumam ser muito criteriosos na concessão desses empréstimos.

Considerando que há a garantia da hipoteca, a modalidade apresenta menores riscos, o que possibilita a cobrança de taxas reduzidas e a torna muito atrativa.

Se você receber oferta de novo financiamento com taxa menor, considere gastos extras de tarifas bancárias, tributos, registros e até uma tarifa pela quitação antecipada do contrato anterior.

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