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rio +20

Cúpula deve restringir operação no Galeão

Aeroporto pode fechar parcialmente durante quatro dias em junho, para a recepção a mais de cem chefes de Estado

Empresas temem ter de arcar com custos pelo cancelamento de cem voos domésticos com 15 mil passageiros

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

O governo deve fechar parcialmente o tráfego aéreo no aeroporto internacional do Galeão durante a Conferência Rio+20.

A Folha apurou que o aeroporto pode ficar fechado de 20 a 23 de junho, das 16h à 0h, para receber os voos dos mais de cem chefes de Estado que devem participar da conferência.

Efetivada, a medida levará ao cancelamento de cerca de cem voos domésticos e afetará 15 mil passageiros -6.000 da TAM e 9.000 da Gol e da Webjet. Os voos internacionais não serão atingidos.

Nunca houve uma restrição no espaço aéreo dessa magnitude. Para o sorteio das eliminatórias da Copa-2014, em julho passado, o aeroporto Santos Dumont ficou fechado por algumas horas, mas os voos foram transferidos para o Galeão.

No Pan-Americano, também no Rio, em 2007, houve restrições no espaço aéreo sobre o Maracanã, mas não foi preciso cancelar voos. Na Eco-92, o mercado era menor, e o Galeão estava ocioso.

O fechamento do aeroporto, que hoje recebe muitos voos de conexão, pode ter reflexo em todo o país, com atrasos e remanejamentos. Passam por lá diariamente 45 mil passageiros, incluindo voos internacionais.

As companhias têm pouca margem para transferir os voos para o aeroporto Santos Dumont, que já opera próximo ao limite de capacidade e tem restrições em relação ao tamanho dos aviões.

Além disso, as companhias temem ter de arcar com custos de hospedagem e alimentação, além de eventuais processos judiciais.

A Secretaria de Aviação Civil informou que o planejamento ainda não está concluído e disse que o Galeão não será fechado.

Contudo, as empresas aéreas foram informadas na quinta-feira sobre a necessidade de remanejar os voos. Segundo o Snea, sindicato das companhias aéreas, elas já trabalham na mudança.

DECISÃO DE DILMA

A Folha apurou que a decisão de fechar o tráfego aéreo do Galeão foi tomada pela própria presidente Dilma Rousseff em uma reunião na segunda-feira na Casa Civil.

A presidente ouviu os argumentos do Departamento do Controle de Espaço Aéreo (Decea) e confiou ao órgão da Aeronáutica a coordenação da operação.

O fechamento do espaço aéreo tem menos a ver com a capacidade do tráfego aéreo e mais com a segurança dos chefes de Estado.

Qualquer aeronave que esteja voando perto de um avião de um chefe de Estado é vista como ameaça potencial. Por isso, no entender da Aeronáutica, a necessidade de fechar o espaço aéreo.

Além do cancelamento dos voos, foi determinado à Infraero que reserve no aeroporto 120 vagas para o estacionamento dos aviões de chefes de Estado.

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