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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Área de mandioca perde espaço para a de grãos

O bom momento dos preços dos grãos e o avanço da cana-de-açúcar estão expulsando a mandioca de tradicionais regiões de produção.

Além dessa redução de área, o setor vive um momento de elevação de custos. Somente o arrendamento da terra no noroeste do Paraná, principal região produtora de mandioca do país, poderá custar até R$ 4.000 por hectare ao produtor.

A perda de espaço para a cana-de-açúcar é mais complicada. Mesmo que a cana renda menos ao dono da terra, os contratos são longos.

O mercado de amido tem crescido, segundo Fábio Isaias Felipe, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse crescimento, no entanto, tem se voltado mais para o amido de milho do que para o de mandioca.

Oferta e preço têm orientado a preferência dos usuários pelo amido de milho.

O amido é utilizado por centenas de setores industriais. No ano passado, a liderança foi para o segmento "atacadista" (redistribuidores do produto), que ficou com 27% da fécula comercializada no país.

Papel e papelão, com 18,2%, e massas, biscoitos e panificação, com 14,8%, vieram a seguir.

O faturamento da indústria esteve em R$ 658 milhões no ano passado, com recuo real de 20% no período. Essa queda ocorre devido às retrações de 4% na produção e de 17% nos preços praticados.

O cenário para este ano também não é muito favorável, segundo Felipe. Menor oferta de terra e elevação dos custos, inclusive de mão de obra, vão continuar, desestimulando parte dos produtores. A área a ser usada no plantio deverá ser menor.

O cultivo vai depender, também, do comportamento dos preços dos grãos que, até agora, têm se mantido bons, principalmente os da soja. Com relação ao milho, há incerteza no segundo semestre, devido às estimativas de safrinha recorde.

Sem ruído João Sampaio, ex-secretário de Agricultura de São Paulo, chega à Marfrig para melhorar a comunicação da empresa com fornecedores -de pecuaristas a agricultores.

Sem cartel Como vice-presidente de relações institucionais, Sampaio, que é pecuarista, vai tentar convencer a categoria de que os frigoríficos não atuam de forma combinada.

Parceria "A ideia é mostrar que a empresa não é monopolista", diz Sampaio. A Marfrig quer ampliar o número de parceiros em seus programas de fidelização.

Mais abate Com a inversão do ciclo pecuário, a Marfrig vai ampliar sua capacidade de abate em 2.000 cabeças de bovinos por dia.

Retorno Na semana passada, a empresa reabriu a unidade de Pirenópolis (GO). Em breve, será a vez de Tucumã (PA) e Porto Moutinho (MS).

Chile vive 'guerra dos porcos'

Cada vez mais a produção se concentra em grandes projetos, mas a pequena Freirina (6.000 habitantes), no deserto de Atacama, no Chile, opôs-se ao sistema e vive verdadeira "guerra dos porcos".

Um dos maiores projetos de criação de suínos da América Latina foi abandonado pelos criadores, causando a morte de milhares deles.

A granja contém 480 mil suínos, mas o projeto está previsto para 2,3 milhões.

O abandono ocorreu porque a população não aguentava o cheiro ruim vindo da granja, devido a falhas no controle dos dejetos, e fechou as estradas. Sem água e comida, parte dos animais morreu, e o Ministério da Saúde decretou alerta sanitário.

O governo obrigou a empresa a remover os animais, mas os habitantes das cidades que receberiam os suínos não aceitaram a remoção. Os animais serão abatidos, e a granja, fechada.

Com TATIANA FREITAS

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