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Empresas apostam na falta de aparelhos na área pública

Associação de indústrias cita o sucateamento de hospitais do SUS no país

Governo afirma adotar política de incentivo à produção de equipamentos de alta complexidade no país

DE RIBEIRÃO PRETO

A grande carência de equipamentos de alta tecnologia ainda existente na área pública de saúde é apontada por empresas e associações como um fator que, ao lado da ampliação da saúde privada, pode incentivar o crescimento da indústria de aparelhos hospitalares e odontológicos.

Para isso, porém, é preciso mais investimento por parte do setor público, diz o vice-presidente da Abimo (associação de indústrias do setor), Paulo Fraccaro.

Segundo ele, embora esse tipo de indústria tenha um desempenho positivo, o crescimento está respaldado apenas no acesso da população à saúde básica.

"Não [ao acesso] a uma saúde preventiva, onde os tratamentos são mais expressivos e há a utilização de recursos mais importantes."

Por isso, disse Fraccaro, é comum observar o sucateamento da área hospitalar pública no país.

DESEQUILÍBRIO

Dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde no Brasil, do Datasus, revelam a diferença que ainda existe entre as regiões.

Enquanto em São Paulo, por exemplo, há uma centena de aparelhos de ressonância magnética disponíveis para o SUS, em Estados como Acre e Amapá há um.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, diz que o o governo tem investido na modernização e adotado uma política de incentivo à produção nacional de equipamentos de alta complexidade.

Um dos exemplos, diz ele, é um pacote de R$ 505 milhões na compra de equipamentos para o tratamento do câncer, principalmente de radioterapia.

O governo vai atrelar essa compra à obrigatoriedade de fabricação no Brasil das máquinas, hoje importadas.

"Em reunião com o ministério, as empresas já toparam esse modelo de investir na produção no Brasil", afirmou Gadelha.

Outro incentivo ao produto nacional virá das margens de preferência, que já foram adotadas para a indústria farmacêutica e que, até julho, devem incluir o setor de equipamentos hospitalares.

Com a margem, produtos feitos no Brasil terão preferência em compras públicas, podendo ser adquiridos com preços até 25% superiores em relação aos importados.

(LEANDRO MARTINS)

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