Índice geral Mercado
Mercado
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Leilão do 4G reacende disputa por 2º lugar

Considerada maior vencedora, Claro pode voltar à disputa pela vice-liderança em telefonia celular, hoje ocupada pela TIM

Com faixa maior de frequência, empresa poderá oferecer tipos de serviço que consomem banda mais elevada

MARIA PAULA AUTRAN
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

Entre as quatro operadoras que participaram do leilão do 4G, a Claro foi considerada a que obteve a maior vantagem, ao comprar uma das principais faixas de frequência, a de 20 MHz.

Analistas do setor consideram que, com essa capacidade, a operadora poderá não só ofertar serviços que consomem mais banda, como vídeos, mas também colocar mais clientes em sua base -algo que ficou mais difícil na rede 3G após a explosão do consumo de internet.

Para eles, a Claro terá mais chances de retomar o segundo lugar em fatia de mercado, ocupado pela TIM desde 2011, e tentar disputar a liderança com a Vivo, que comprou a outra faixa de 20 MHz.

"Ela [Claro] vai voltar para a briga", disse o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. Para ele, a compra também refletiu um posicionamento estratégico do grupo na América Latina.

A Folha apurou que Carlos Slim, que controla a Claro, pretende padronizar suas licenças (não só de 4G) no continente.

Quanto mais licenças em uma mesma frequência, maior é a possibilidade de comprar em grande volume equipamentos para as redes e aparelhos celulares. Assim, o grupo conseguiria redução de custo e ganharia eficiência na disputa por clientes.

"Poderemos oferecer até 100 Mbps", diz Carlos Zenteno, presidente da Claro. "Nossa posição será consequência de um trabalho, e o 4G será um pilar importante."

DISCIPLINA

A TIM discorda de que o resultado do leilão traga vantagens competitivas às operadoras que adquiriram frequências robustas (20 MHz).

Segundo Mario Girasole, diretor de assuntos regulatórios, a TIM ultrapassou a Claro em clientes tendo muito menos frequência livre do que a companhia mexicana.

"A competição está na inovação oferecida ao cliente, não no conjunto das frequências que a operadora tem", disse Girasole. Para ele, a companhia fez uma compra com sentido estratégico.

TIM e Oi ficaram com as duas faixas de menor capacidade (10 MHz cada uma).

Para os analistas, elas não entraram na disputa pelo "filé mignon" por uma questão de disciplina financeira.

Em 2011, a TIM comprou a Atimus da AES Telecom por R$ 1,6 bilhão. A Oi também enfrenta problemas decorrentes da compra da Brasil Telecom, em 2009.

Só recentemente, com a entrada da Portugal Telecom no bloco de controle, a Oi equacionou sua dívida e pôde se preparar para investimentos de R$ 24 bilhões nos próximos quatro anos.

O rigor das duas empresas no leilão ao adquirir lotes de cobertura nacional foi bem recebida por investidores e analistas de mercado.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.