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Banco cobra R$ 3 mi por transações suspeitas de desvio Morgan Stanley quer que Cruzeiro do Sul pague por serviços prestados aos antigos controladores do banco Interventor se nega a pagar, considera nulo o contrato entre as partes e pede que o BC e a CVM investiguem DE SÃO PAULOO Banco Morgan Stanley está cobrando R$ 3 milhões do Cruzeiro do Sul -hoje sob administração do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)- por serviços prestados aos antigos donos em maio, antes da intervenção. O banco norte-americano foi o responsável por "costurar" a venda de 6,5% das ações preferenciais do Cruzeiro (sem direito a voto) com o objetivo de atender a uma regra da Bolsa que exige a circulação de pelo menos 25% das ações no mercado. O FGC se nega a pagar a fatura, afirmando que a transação apresenta indícios de ter sido simplesmente uma simulação arquitetada pelos antigos controladores e o Morgan Stanley para "retirar patrimônio do banco". A função do interventor é recuperar ao máximo possível ativos do Cruzeiro, incluindo bens dos controladores que estão indisponíveis, para ressarcir os credores. Por isso, querem de volta o dinheiro resultante da venda de ações. Em carta enviada ao Morgan Stanley, na quarta-feira passada, o FGC diz considerar nulo o contrato até que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apurem o caso. O pagamento somente será realizado se a investigação atestar a autenticidade do negócio. "Nenhuma pessoa (...) contrataria uma operação em que vende um bem, entrega, não recebe absolutamente nenhum centavo e ainda fica devendo", diz a carta. LARANJA Na carta, o FGC cobra do BC e da CVM o nome do cotista do fundo Caieiras, que comprou as ações do Cruzeiro do Sul em maio. A suspeita é de que ele seja um laranja, já que o negócio resultou em prejuízo após a intervenção. O valor das ações negociadas caiu a 20% da quantia previamente acertada. Ainda segundo o FGC, os vendedores já sabiam que os papéis teriam forte desvalorização. Outra possibilidade é que o cotista seja ligado aos ex-controladores. Mesmo assim, não caberia ao Cruzeiro pagar pelos serviços prestados pelo Morgan. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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